Conforto sem abrir mão dos cães
Há duas semanas, a consultora de informática Patricia Valls, de 40 anos, mudou-se com seus dois cães – Vitória e Alexander – para um flat em Moema, São Paulo. Após vender um confortável e amplo apartamento nos Jardins, que ela considerava muito grande para viver sozinha, decidiu ir passar uma temporada em um flat, atraída pela comodidade.
“Tenho academia, piscina, serviços e suporte muito mais a mão, tudo em um só lugar.” Ela cogitou alugar um apartamento menor, mas conta que foi dissuadida pelo “trabalho burocrático” que essa escolha lhe exigiria. Patricia tem uma vida agitada por conta do trabalho atribulado que leva. Ela diz ter consciência de que sair de um apartamento amplo e próprio para ir para um flat, em geral com a mobília padronizada e que nem sempre dá para deixar com a cara do morador, é uma decisão difícil, talvez até não muito comum. Mas sua decisão a fez descobrir outro aspecto raro do mercado imobiliário em São Paulo – é bem rara a vida dos bichos nos flats.
“São pouquíssimos os que aceitam cães.” Categórica, ela disse à corretora que a atendeu: “Preciso de um que aceitem os meus dois dasch-hunds.” Vitória e Alexander – mãe e filho – seus dois cães da raça popularmente conhecida como salsicha, por ter o corpo alongado e baixinho, estão com ela, respectivamente, há sete e cinco anos.
A adaptação dos pequenos ao novo lar era uma das maiores preocupações de Patricia. Mas o perfil da raça, que exige pouco espaço e aprende hábitos de higiene com facilidade, é recomendado por veterinários como boa companhia para quem vive em apartamentos, faz Patricia comemorar. “Eles se adaptaram bem, um dos dois dormitórios do flat, é deles”, conta. Ela assinou um contrato por três meses. Paga R$ 1.450 pelo flat de uma suíte, um dormitório todo mobiliado. No valor já está incluso também o condomínio, TV a cabo, taxa do lixo, lavanderia, IPTU e arrumadeira. Ficam de fora a luz e o telefone.
“Cheguei para uma temporada, mas estou gostando tanto que não sei mais o que fazer, quero morar aqui.” De acordo com Cintia Martins, gerente de Locação da Leardi, histórias de pessoas como a de Patricia estão transformando o perfil dos flats – modalidade criada para moradia temporal. “Os flats estão se tornando residenciais. O valor do condomínio aumentou muito nos últimos anos e a renda caiu”, observa Cintia.
Segundo a gerente, executivos, estudantes de outros estados e divorciados formam o perfil dos clientes que têm colaborado para que os flats tornem-se residenciais. Mas quem tem bicho de estimação tem de ter paciência. “Só quatro flats de São Paulo aceitam cães, mas somente de pequeno porte. Alguns cobram taxa extra de higienização, outros não.”
Locatários de estimação
Regras de flats para hóspedes especiais
Alto Escalão – No George V, flat de luxo nos Jardins, são aceitos cachorro e gato, de portes pequeno e médio, mas os donos dos bichos de estimação devem pagar taxa trimestral de R$ 1,5 mil. Quem liga para lá é informado que esse valor é cobrado para custear a higienização do apartamento.
Vida Simples – Em outros três flats de padrão médio não há cobrança de taxa, mas é preciso negociar. O Edifício SaintThomas, no Jardim Paulista, se tornou residencial há dois anos e há bichos que vivem por lá, mas depende do proprietário do flat. Em geral, não cobram taxas. O Saint Paul, flat nos Jardins, e o USA-Practical Life, em Moema, cães e gatos são aceitos sem cobrança adicional.
SERVIÇO – Geoge V (0–11) 3088-9822; SaintThomas (0–11) 3885-9400; Saint-Paul (0–11) 3885-6199 e USA-Pratical Life (0–11) 5054-4800
Curtas Prêmio – A Brascan Imobiliária recebeu da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci) o prêmio de melhor empreendimento do mundo na categoria especial. No total eram seis as categorias, e na especial foram inscritos mais de 150 projetos. A empresa participou do concurso com o Brascan Century Plaza – um multiuso que integra espaços de trabalho, hospedagem, comércio e lazer – e concorreu com empreendimentos de Nova York, Tóquio, Seul, Malásia e México. A Brascan pretende repetir o modelo premiado no Rio e em Brasília.
Natureza – Uma área verde virgem, de mais 36 mil metros quadrados, localizada na capital paulista, abrigará o condomínio vertical Iepê Golf Condominium. O projeto tem Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 160 milhões. O lançamento está previsto para o final do mês e o condomínio foi idealizado dentro do conceito de resort urbano, onde prevalecem recantos, praças e outros espaços para o convívio social, descanso e lazer. O Iepê Golf Condominium é composto por seis torres com 28 andares cada, sendo apenas duas unidades por piso. Os apartamentos são distribuídos em três modelos: três suítes, quatro suítes ou quatro dormitórios (duas suítes).
Todos têm vista para a paisagem da mata e para o São Paulo Golf Club.
Palestra – A Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea) realiza no dia 14, terça-feira, a palestra sobre o tema Concursos: A iniciativa do poder público, com patrocínio da Fademac. O evento faz parte do ciclo de debates, Fazendo a Cidade, promovido pela Asbea e Instituto Tomie Ohtake. Serão palestrantes os profissionais Fernanda Barbara, Hector Viglieca e Tito Lívio, e os debatedores Aníbal Coutinho e Mario