Crowdfunding imobiliário muda forma de investir em imóveis no Brasil
Qualquer pessoa pode investir em um empreendimento pela internet, adquirindo uma parcela dele por meio de plataformas on-line especializadas em crowdfunding imobiliário. A ideia é capitalizar a empresa para dar sequência ao projeto. Em troca, quem ajudou no financiamento coletivo recebe lucros na hora da venda, proporcionais ao valor investido.
O sistema ainda é novo no Brasil, mas já usado há alguns anos em outros países, como os Estados Unidos. Em 2017, o setor movimentou mais de 34 bilhões de dólares no mundo. Ao comprar uma cota, o investidor adquire o direito à participação sobre o Valor Geral das Vendas (VGV) do empreendimento.
Francisco Perez, head de investimentos da Glebba, plataforma de crowdfunding imobiliário, diz que há empreendimentos com investimento mínimo de R$ 5 mil, o que facilita uma maior participação. A Glebba iniciou no sistema em julho de 2018, focada em loteamentos, e já fez captações na casa de R$ 1,8 milhões. Quer fechar 2019 alcançando R$ 25 milhões.
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“Nós conectamos os empreendimentos imobiliários a uma base de investidores, pulverizada através dessa plataforma digital. De forma rápida, desburocratizada, dentro do modelo de economia compartilhada. A gente simplesmente faz essa conexão”, explica ele.
Perez detalha que a empresa atua junto aos incorporadores e loteadores para, primeiro, fazer a análise jurídica, mercadológica e financeira do empreendimento, para ver se ele tem a condição necessária para participar. Se aprovado, é publicado no site como oferta pública, à disposição de quem é cadastrado na plataforma.
“É tudo on-line, todas as informações são disponibilizadas para que as pessoas tome a decisão de investimento. O valor mínimo depende de cada oferta e a rentabilidade depende do empreendimento”, afirma.
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Expansão
O modelo da economia compartilhada deve ser expandir em todos os segmentos. Está ligado ao comportamento das novas gerações, que representam 60% dos investidores. Não são pessoas que querem acumular patrimônio, mas buscam o investimento em imóveis via títulos e fundos.
O head de investimentos da Glebba diz que há muita segurança no sistema. “A pessoa investe no título apostando que o empreendimento vai chegar, durante as vendas, naquele valor de metro quadrado que o incorporador ou loteador definiu como alvo. Atingido aquele valor, a rentabilidade integral é repassada ao investidor”.
Para Francisco Perez, investir em crowdfunding imobiliário é ter um retorno nunca antes oferecido para a pessoa comum. Porque era uma área restrita a grandes investidores qualificados.
“Jamais houve uma oportunidade de investir nessa fase do empreendimento que é a mais rentável, o início, com tão pouco dinheiro, com ticket tão baixo. Além disso, empreendedor e investidor podem estar em qualquer lugar do Brasil, a plataforma vai conectar os dois”.
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Bom negócio
No fim de 2018, o investidor Bernardo Rabah, de 24 anos, resolveu apostar no crowdfunding imobiliário. Escolheu duas ofertas da Glebba (Cânions Residence Marina e Caribe Golf & SPA) com um montante total de R$ 10 mil.
“O setor imobiliário sofreu bastante com a crise e vejo grande potencial de ganho nessa área. A rentabilidade das ofertas são consideravelmente acima das tradicionais aplicações de renda fixa”, justifica ele.
Para Rabah, a segurança e a transparência antes e depois do investimento são importantes. “Sei exatamente em que oferta estou investindo e em qual fase do investimento está. As empresas de crowdfunding conversam de uma maneira mais clara e fácil de entender”.
O investidor aconselha a quem está iniciando no ramo a selecionar plataformas de crowdfunding que fazem sentido para o perfil da pessoa e começar a acompanhar as ofertas. “Acompanhamento é essencial para conseguir entrar em ofertas com ótima rentabilidade e tempo de retorno”.
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