Boa hora para comprar móveis
Mesmo com o avanço da inflação, preços do mobiliário em São Paulo ficaram estáveis


Apesar da alta da inflação nos últimos meses, os preços de móveis permaneceram estáveis ou até mesmo caíram em São Paulo. No período entre agosto de 2007 e julho de 2008, o Índice de Custo de Vida (ICV) subiu 7,05% na Capital, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No mesmo período, os móveis ficaram 0,45% mais baratos nas lojas. Os preços de estantes para salas caíram 4,42% – um verdadeiro convite para quem vai montar a casa.
Para o Dieese, o movimento indica que, apesar do aquecimento do comércio, os produtos para a casa permanecem com os preços equilibrados. “O que aumentou foram os alimentos”, afirma Cornélia Porto, coordenadora do ICV. “E não há uma pressão da demanda que leve à alta dos preços dos móveis.”
Cornélia explica que, com o aumento da renda e do crédito, o brasileiro pode ter sido levado a comprar mais produtos – entre eles, móveis -, mas a demanda vem sendo atendida. “Caso contrário, haveria aumento de preços.”
Para o economista Cláudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração do Varejo (Provar), ligado à Universidade de São Paulo (USP), existe um motivo adicional para que os preços de móveis se mantenham estáveis. “Há uma concorrência muito grande, que impede a alta dos custos”, explica.
Felisoni diz que a competição acirrada no varejo joga os preços para baixo. Ao mesmo tempo, os consumidores estão dispostos a gastar mais com móveis.
Dados do Provar e da Felisoni Consultores mostram que o gasto médio com móveis em São Paulo subiu de R$ 713 para R$ 1.507, de julho do ano passado para julho de 2008 – uma alta de 111,36%.
“Já que a margem de lucro está caindo, a tendência é que as empresas busquem ampliar o número de consumidores”, afirma Felisoni.
Até o fim do ano, a expectativa é de que os preços de móveis permaneçam sob controle. Uma boa notícia para consumidores, como a fisioterapeuta Juliana Lopes, de 27 anos, que está montando o apartamento. “No ano passado, comprei sofá, cama e uma escrivaninha para o quarto”, conta. “Fui a várias lojas e pesquisei os preços. No caso do sofá, eles variam muito.”
Recém-casada, Juliana pretende completar a decoração do apartamento este ano. “Temos uma sala grande e pensamos em comprar uma poltrona e uma mesa para acompanhar o sofá”, revela.
Além de encontrar móveis mais baratos, o consumidor poderá reduzir, até o fim do ano, as despesas com outros itens. Cornélia, do Dieese, lembra que os alimentos, que impulsionaram a inflação, já registram baixas. “Os móveis continuarão estáveis. E mesmo os alimentos vão cair”, diz.
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