Alto de Pinheiros: à moda inglesa

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As terras do Alto de Pinheiros pertenceram aos jesuítas até 1770, quando a Lei do Marquês de Pombal expulsou os proprietários e o espaço foi leiloado e dividido. As chácaras e sítios originados do desmembramento foram nomeados Chácara do Barão, Freguesia da Bela Vista, Água Branca, Bela Veneza e Sítio do Buraco.

Em 1925, os arquitetos e urbanistas Barry Parker e Raymond Unwin foram contratados pela Cia City, uma das mais influentes imobiliárias na urbanização paulistana, para projetar o bairro do Jardim América. Os dois ingleses lançaram o conceito de cidades-jardins, bairros que equilibravam as funções de cidade, campo, comércio, residência, indústria, religião, política, vida social e lazer. A partir do modelo surgiram em São Paulo muitos bairros de alto padrão projetados à maneira dos urbanistas britânicos. Além do Alto de Pinheiros, Pacaembu, Cidade Jardim, Butantã e Alto da Lapa seguiram essa tendência.

O loteamento da área aconteceu em 1925, simultaneamente ao do Pacaembu. A maioria dos 3,6 milhões de metros quadrados de terras da Cia City na região era formada por fundos de vales. Os espaços não eram ocupados em razão das periódicas enchentes do rio Pinheiros. Por esse motivo, muitos estudos foram realizados para modificar a característica pantanosa dos terrenos e tornar o espaço habitável.

Inicialmente, a urbanização se concentrou nos lotes próximos ao vizinho bairro de Pinheiros, entre as ruas Morais, Guaxupé, Vupabuçu e Natingui. Na etapa seguinte atingiu as avenidas Diógenes Ribeiro de Lima, São Gualter e ruas como a Cerro Corá, Cardeal Cagliori e Engenheiro Sá Rocha. O primeiro arruamento foi feito em 1926 na área da antiga Chácara do Barão e em parte do Sítio do Buraco, próxima às atuais avenidas Prof. Frederico Hermann e Pedroso de Morais. As obras de instalação de saneamento básico iniciaram-se em 1935, mas a expansão do bairro só aconteceu na década de 1940, pouco depois do início do arruamento e loteamento efetivos da região.

 

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