O que é IPCA? Entenda o Índice de Preços ao Consumidor Amplo

Uma das maiores questões às quais você deve se atentar na hora de comprar o imóvel é o índice que entrará no cálculo do financiamento imobiliário, ou seja, o índice pelo qual será calculada a taxa de juros das parcelas.
Recentemente, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo entrou como uma das opções de financiamento, mas ainda há muitas dúvidas sobre o assunto.
Então, o que é IPCA e como o índice influencia o setor imobiliário? É vantajoso utilizar a opção, principalmente em relação à Taxa Referencial (TR)? Como calcular a taxa de juros?
Essas são algumas das questões que vamos responder neste artigo.
Continue lendo o blog do ZAP Imóveis e saiba por que é importante entender o que é IPCA antes de comprar um imóvel!
O que é IPCA?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mede a inflação dos preços de produtos na modalidade varejo. Criado em 1979, ele está embutido na maioria dos produtos que compramos, como os alimentos de mercado.
Quem calcula esse índice é o IBGE, que primeiro registra o preço de mais de 300 categorias de produtos e serviços.
Depois, o instituto atribui pesos para cada produto e região no cálculo e estabelece o valor. De modo geral, o índice estabelece a inflação estimada no país.
Dessa forma, entram no cálculo desde os produtos mais básicos até os mais específicos, que também vão influenciar em diversos tipos de cobranças de juros. Um dos casos mais conhecidos é o Tesouro Direto.
Em 2019, os financiamentos imobiliários também passaram a ser calculados pelo índice.
Qual é a importância do IPCA para o setor imobiliário?
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo é fundamental para o setor imobiliário por três principais razões:
- Ajusta o valor dos contratos de aluguel e financiamentos, protegendo o poder de compra ao corrigir os preços pela inflação;
- Define taxas de juros dos contratos de financiamento imobiliário, impactando diretamente os custos de financiamento;
- Influencia o comportamento dos investidores, determinando o melhor momento para comprar, vender ou investir em imóveis, conforme as flutuações da inflação.
Vale dizer também que a Caixa Econômica Federal (CEF) ampliou as modalidades de financiamento imobiliário para incluir a taxa do índice de consumo. Assim, os juros dos pagamentos das parcelas do imóvel serão atualizados mensalmente pelo índice.
Antes dessa medida, a principal forma de calcular os financiamentos imobiliários era a Taxa Referencial (TR), outro indicador geral da economia brasileira. Assim, tanto os compradores quanto os vendedores possuem mais formas de negociar imóveis.
Em relação ao reajuste do aluguel, o índice de consumo também pode ser utilizado no cálculo. Para que essa modalidade seja implementada, é preciso que tanto proprietário quanto locador estabeleçam consenso para colocar o índice no contrato.
Como o IPCA é calculado?
Agora que você sabe o que é IPCA, como ele é feito seu cálculo?
O IPCA é calculado pelo IBGE com base na variação dos preços de uma cesta de bens e serviços consumidos por famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos em áreas urbanas do Brasil.
A coleta de preços ocorre mensalmente e engloba itens como alimentos, vestuário, transportes, saúde e educação.
O índice reflete a inflação ao medir a variação média dos preços de consumo ao longo do tempo, por isso, é um indicador essencial para ajustes econômicos e contratuais, incluindo no setor imobiliário.
A forma mais comum de acompanhar esse indicador é observar o IPCA acumulado em 12 meses, que oferece uma visão clara da inflação total ao longo do ano. Isso ajuda a entender como os preços dos produtos e serviços variaram nesse intervalo.
Quais são os impactos do IPCA no dia a dia?

Fonte: Adobe
O IPCA tem um impacto direto na vida de todos os brasileiros, pois reflete a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços essenciais, como alimentos, transporte, saúde, educação e habitação.
Quando ele aumenta, significa que o custo de vida está subindo, e os consumidores precisam gastar mais para manter o mesmo padrão de consumo.
Isso afeta o orçamento familiar, já que o preço dos itens básicos do dia a dia fica mais elevado. Por exemplo, em um cenário de alta no índice, o preço de alimentos como arroz e feijão, combustíveis e até serviços de saúde podem subir, pressionando o bolso das famílias.
Além de afetar o consumo, o índice também é crucial para quem investe ou poupa dinheiro. Muitos investimentos, como o Tesouro IPCA, são atrelados a esse índice, o que significa que o rendimento acompanha a inflação, preservando o poder de compra do investidor.
Como o IPCA é usado para reajuste de contratos?
O IPCA é amplamente utilizado como base para o reajuste de contratos, especialmente em contratos de aluguel e financiamento imobiliário.
Quando um contrato de aluguel é assinado, ele geralmente inclui uma cláusula de reajuste anual baseada na variação do índice, que pode ser o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Então, ao final de cada ano, o valor do aluguel pode ser ajustado conforme a inflação acumulada, mantendo o valor do contrato alinhado com o aumento do custo de vida.
No caso de financiamentos imobiliários, especialmente em modalidades atreladas a esse índice, as parcelas também podem sofrer reajustes anuais com base no índice.
No entanto, é importante estar atento, pois, em períodos de alta inflação, os reajustes podem aumentar significativamente o valor das parcelas ou do aluguel, o que exige um planejamento financeiro cuidadoso.
Diferença entre IPCA e IGP-M
O IPCA e o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) são dois importantes indicadores econômicos no Brasil, mas eles possuem diferenças significativas quanto ao que medem e como afetam o dia a dia dos consumidores.
Como dito, o IPCA é calculado pelo IBGE e seu foco é medir a variação de preços que afetam diretamente as famílias brasileiras com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos. Ele é mais voltado para o consumo das famílias, abrangendo itens como alimentação, habitação, transporte e saúde.
Já o IGP-M é calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e tem um foco mais amplo, incluindo não apenas o consumo das famílias, mas também os preços no atacado e os custos da construção civil.
Ele é composto por três subíndices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Dessa forma, o IGP-M capta variações de preços em diferentes etapas da economia, desde a produção até o consumidor final.
Embora ele não seja o principal indicador da inflação do consumo, o IGP-M é bastante utilizado para reajustar contratos, especialmente contratos de aluguel e alguns tipos de serviços, como escolas particulares e planos de saúde.
A principal diferença prática entre os dois índices está no impacto que cada um exerce. Enquanto o IPCA afeta diretamente o custo de vida e a inflação percebida pelas famílias, o IGP-M tem maior relevância em contratos de longo prazo e no setor imobiliário.
Diferença entre IPCA e TR
Uma das dúvidas quando se fala de IPCA de financiamento de imóvel hoje é em relação à diferença entre PCA e TR. Criada na década de 1990, a Taxa Referencial já foi o principal parâmetro de juros do Brasil.
Esse é um dos índices de inflação dos financiamentos imobiliários e outros investimentos que entra no cálculo da poupança.
Até 2019, a Taxa Referencial era o índice mais utilizado para o financiamento imobiliário. Lembrando que a porcentagem do TR não é aplicada diretamente, mas guia a flutuação dos juros do financiamento.
Porém, a partir de 2020, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo se tornou um índice atrativo, e muitos contratos foram feitos a partir dessa nova opção.
Teoricamente, o índice de consumo é um índice mais baixo que a TR, mas tudo depende da época em que o contrato é realizado.
Aliás, é possível mudar a modalidade do financiamento solicitando a portabilidade de crédito imobiliário, mediante acordo entre as partes envolvidas.
Vantagens do IPCA

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Além de ser um índice historicamente mais baixo que a TR (Taxa Referencial), ele oferece outras vantagens importantes para quem está pensando em financiar um imóvel.
Por refletir a variação dos preços ao consumidor, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo é mais sensível às condições econômicas reais, o que significa que o financiamento tende a acompanhar de forma mais direta a inflação percebida pelas famílias.
Isso pode resultar em prestações mais previsíveis e, em muitos casos, menos onerosas ao longo do tempo. Outra vantagem é que o uso do índice permite uma maior flexibilidade no valor das parcelas em relação à renda.
Na modalidade vinculada ao índice, as parcelas podem comprometer até 20% da renda, enquanto na TR esse limite sobe para 30%. Isso reduz o impacto do financiamento no orçamento familiar, facilitando o planejamento financeiro e a organização das finanças pessoais.
Além disso, esse índice, por ser amplamente utilizado como o principal índice de inflação no Brasil, oferece maior transparência, permitindo que os consumidores acompanhem de perto o índice e compreendam como ele afeta o custo do financiamento
Desvantagens do IPCA
A principal desvantagem do índice é ser calculado mensalmente, podendo surpreender na variação mês a mês, enquanto a TR é anual. Por outro lado, na média anual, o índice se mostrou diversas vezes mais vantajoso que o TR.
Outra grande desvantagem é o tempo de financiamento do imóvel: no índice de consumo, o contratante tem no máximo 30 anos para pagar. Já na TR, o período aumenta para 35 anos. Há também a modalidade Prime, em que o valor das prestações é igual em, no máximo, 20 anos.
O que significa a variação do IPCA?
A variação reflete as mudanças no nível de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras ao longo de um determinado período.
Se ela é positiva, significa que houve inflação, ou seja, os preços subiram, o que pode impactar o custo de vida e o poder de compra. Por outro lado, uma variação negativa indica deflação, ou seja, uma queda nos preços.
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo desempenha um papel fundamental na economia brasileira, afetando diretamente o custo de vida, os contratos de aluguel e financiamentos imobiliários.
Para quem planeja comprar um imóvel, por exemplo, entender como esse índice funciona é essencial para fazer escolhas financeiras mais seguras e equilibradas.
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