Lançamentos são feitos, mas preço ainda sobe

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O preço dos imóveis, em alguns casos, subiu até 30% na comparação com o valor do ano passado, quando o setor mergulhou nos efeitos da crise global. “O preço está valorizado em razão da demanda e dos financiamentos cada vez mais disponíveis. Isso faz com que as pessoas procurem por imóveis mais caros, explica Guilherme Benevides, presidente da incorporadora Upcom Desenvolvimento Imobiliário. A própria incorporadora enfrentou alta de preço em alguns lançamentos. “Do estudo inicial do projeto ao lançamento houve alta entre 25% e 30% no valor do imóvel.”

Mas Benevides acredita em uma normalização rápida por causa da volta do ritmo de lançamentos, o que levará a uma regularização dos estoques de imóveis. Leila Jacy, diretora de incorporação da Stan, concorda. A incorporadora prevê lançar sete empreendimentos no ano que vem. Neste ano, foram apenas dois. De janeiro a outubro, a queda no total de lançamentos na cidade foi de 31,8%.

“O ritmo de vendas está bem acima de períodos anteriores. Antes comercializávamos em média 30% dos imóveis no lançamento (em até três meses), agora chegamos a vender tudo em dois meses”, comenta. Segundo Leila, algumas empresas do setor aumentaram os preços porque querem aproveitar o bom momento de mercado. Além disso, tiveram de arcar com a valorização dos terrenos na cidade. Mas a executiva aposta na normalização dos valores.

AQUECIMENTO NACIONAL – Os dados divulgados ontem pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais (Secovi-SP) confirmam que o boom, contrariando as previsões do início do ano. Segundo o economista Celso Petrucci, as vendas devem superar em 3,6% as do ano passado, com 33 mil a 34 mil unidades na cidade. Em 2008, foram 32,8 mil unidades.

Um destaque nos números do Secovi ficou por conta do aumento dos lançamentos de dois dormitórios, que tomaram o espaço dos três e quatro dormitórios. De janeiro a outubro de 2008, 34,6% dos lançamentos eram de dois dormitórios. Neste ano, foram 45,9%, quase a metade (veja na pág. B1). Para Petrucci, a preferência tem muito a ver com o programa Minha Casa, Minha Vida, voltado à população de menor poder aquisitivo e que engloba imóveis de até R$ 130 mil.

Os bairros com mais lançamentos em São Paulo neste ano estão entre os que têm o metro quadrado mais barato. O campeão é Parque São Lucas (zona leste), que teve 822 unidades de dois dormitórios lançadas de janeiro a outubro e 712 de três dormitórios. A diferença é ainda maior no Sacomã (sudeste), com 723 unidades de dois dormitórios e 268 de três.

O economista do Secovi afirma que a boa fase do mercado é uma realidade nacional. Recentemente, Petrucci se encontrou com representantes de outros dez Estados e ouviu o mesmo tom otimista. “A realidade é a mesma em todo o País. Há recursos e há mercado consumidor.”

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