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Cota de condomínio pode custar quase 50% do valor do aluguel do imóvel

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Rio de Janeiro – Até que enfim aparece um apartamento com um preço de aluguel que cabe no seu bolso. Mas a alegria logo acaba quando é informado do valor da taxa condominial, muito além de suas expectativas financeiras. Pesquisas realizadas pelo Sindicato de Habitação do Rio (Secovi) em oito bairros da cidade apontam que a cota pode representar até 49,48% do aluguel de um imóvel – é o caso dos dois quartos no Méier, com valores médios de locação e condomínio, respectivamente, de R$ 776 e R$ 384. As taxas médias mais altas, porém, para unidades de um e dois quartos, ficam na Barra da Tijuca (R$ 557 e R$ 651), enquanto para os imóveis de três e quatro quartos chegam a R$ 937 e R$ 1.275 no Leblon. Os demais bairros pesquisados foram Botafogo, Copacabana, Flamengo, Ipanema e Tijuca.

Basta cruzar o túnel Zuzu Angel sentido Jacarepaguá e dar uma olhada nos empreendimentos que ali são construídos para entender o motivo de cotas condominiais tão altas na Barra, pesando mais para os proprietários de imóveis menores. São prédios com amplas áreas de lazer, academias, spas, sala de jogos e cinema. E para manter o funcionamento e a manutenção de todo o equipamento, uma grande equipe de funcionários é escalada. Isso, é claro, encarece os gastos. Mas o vice-presidente administrativo do Secovi, Ronaldo Coelho Neto, chama a atenção para outros itens que pesam na folha de pagamento.

“Os gastos sociais, que incluem as horas extras de funcionários, correspondem a 34% da taxa condominial. Em seguida, vem a água, que onera a cota em mais 10% ou até 15%. Mas esses valores passam por oscilações muito grandes de um condomínio para o outro. E o impacto nos valores da cota mensal com taxas extras acaba sendo muito grande”, explica.

Diante deste cenário, o vice-presidente do Secovi alerta para a importância de o síndico desenvolver um trabalho rigoroso de economia, principalmente relacionado aos itens citados acima.

Um dado curioso do estudo feito pelo Secovi é em relação ao valor total pago pelos condôminos, sem incluir o IPTU. Na Barra da Tijuca, os valores médios do aluguel mais o condomínio de imóveis de um e dois quartos acabam sendo mais altos do que o de unidades com a mesma tipologia em Copacabana. Enquanto no primeiro bairro a soma sai por R$ 2.690 (R$ 695 de condomínio e R$ 1.995 de aluguel), no segundo, fica em R$ 2.098 (R$ 413 de condomínio mais R$ 1.685 de aluguel), um diferença de 28%.

O fato de os edifícios da Zona Sul, em sua maioria, serem mais antigos, não incluindo todos os serviços oferecidos em novos empreendimentos, contribui para essa diferença. No entanto, a falta de ofertas de unidades eleva o preço do imóvel na região, mesmo que o condomínio não ofereça todos os luxos.

Proporção entre condomínio e aluguel – Nota-se que, nos condomínios situados em bairros como Tijuca, Méier e Jacarepaguá, a taxa mensal média corresponde a quase 50% do valor cobrado pelo aluguel. Isso ocorre porque, nesses locais, os aluguéis são tradicionalmente mais baratos. Já em bairros da Zona Sul, onde os aluguéis são mais caros, a proporção se mantém baixa, não passando de 15%.

De acordo com a pesquisa, o valor do condomínio é um reflexo do custo de vida da cidade. Em grandes metrópoles, como o Rio de Janeiro, paga-se mais porque os níveis salariais são maiores, as tarifas públicas são mais caras e se gasta mais com projetos de transporte, saneamento e segurança pública, por exemplo. A média do Rio, de R$ 550, é cerca de 30% maior que a de municípios do interior do estado.

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