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Fundos de Investimentos Imobiliários conquistam os investidores brasileiros

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Novo índice terá o objetivo de refletir o comportamento do mercado de fundos (Crédito: Luiz Prado/Divulgação)

Os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) estão ganhando mais evidência entre as aplicações do mercado financeiro e a preferência dos investidores brasileiros. A nova prova desse apetite foi a decisão da BM&FBovespa de criar, no início de setembro, o IFIX, índice lastreado em fundos de investimentos imobiliários. O IFIX servirá como referência para os agentes do mercado e gestores de recursos com disposição para aplicar em imóveis. Assim como o Ibovespa – composto pelas ações de empresas mais negociadas na bolsa – o novo índice terá o objetivo de refletir o comportamento do mercado de fundos.

“Identificamos a oportunidade de criar um indicador que pudesse oferecer aos gestores de recursos um termômetro para acompanhar o segmento, e aos investidores, uma referência complementar para avaliar o desempenho do produto”, diz o gerente de produtos da BM&FBovespa, Paulo Cirulli, explicando o que motivou a bolsa a desenvolver o índice.

Como se sabe, os fundos imobiliários permitem que os investidores apliquem seus recursos em imóveis sem a necessidade de comprá-los diretamente. Ou seja, o investidor compra cotas do fundo, que investe em um ou mais imóveis comerciais, corporativos, residenciais e outros tipos de empreendimentos para ganhar com sua valorização ou com a renda dos aluguéis. Somente este ano, segundo levantamento feito com base em dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), xerife do mercado de capitais, o mercado deve verificar um volume recorde de registros de cotas de FIIs no País: R$ 10 bilhões. Desses, R$ 6,3 bilhões já foram registrados na CVM e mais de R$ 2,8 bilhões estão em fase de análise na autarquia. O volume total superará o auge do segmento, de R$ 9,1 bilhões, em 2010.

A carteira do IFIX nasce composta pelas cotas dos fundos imobiliários mais negociados nos ambientes de bolsa e balcão organizado da BM&FBovespa. Foram selecionados 44 fundos pelo critério de liquidez – que é a disponibilidade das cotas desses fundos serem transformadas em dinheiro a qualquer momento – e ponderados por seu valor de mercado total. Estão nessa lista produtos como o FII Higienópolis (Shopping Pátio Higienópolis, um dos mais visitados de São Paulo), e o FII Almirante (um dos principais edifícios comerciais do Rio de Janeiro).

Segundo Cirulli, a elaboração da metodologia do IFIX e os critérios para seu cálculo e divulgação foram debatidos e validados em conjunto com bancos, construtoras, securitizadoras, corretoras, entre outros agentes deste segmento de mercado, por meio da Câmara Consultiva do Mercado Imobiliário (CCMI). A câmara é um fórum de discussão setorial conduzido pela BM&FBovespa.

Se o IFIX tivesse sido criado em 30 de dezembro de 2010, o índice teria acumulado uma valorização de 53,4% até o dia 26 de setembro de 2012. Para se ter uma ideia de como essa valorização foi expressiva, basta comparar o desempenho do índice com a performance de outros indicadores da bolsa. O IMOB (Índice Imobiliário), por exemplo, que mede o desempenho de uma carteira composta por ações de empresas do setor, como incorporadoras e construtoras, registrou queda de 9,7% no período. O Ibovespa, considerado a principal referência dos investidores, apresentou queda de 12,7%.

Potencial – O mercado de fundos imobiliários tem muito potencial de crescimento. Existem na bolsa quase 50 mil investidores – 99% deles são pessoas físicas. Em janeiro de 2011, o total de aplicadores nesse tipo de investimento não passava de 20 mil. Somente este ano, o volume mensal de negociação passou de R$ 70 milhões, em janeiro, para R$ 294 milhões no final de setembro. Hoje, o valor de mercado desses fundos já alcança o patamar de R$ 18 bilhões.

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