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Aluguel sobe bem acima da inflação

O valor do aluguel em novos contratos subiu 15,14% nos últimos 12 meses, de acordo com levantamento de fevereiro do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP). Esse aumento foi bem acima do registrado pela inflação no período, que apresentou alta de 11,30%, de acordo com o Índice Geral de Preço – Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas, que é utilizado para reajustar contratos vigentes.

Em fevereiro comparado ao mês anterior, os novos contratos apresentaram alta de 0,9%, porcentual menor do que os últimos três meses. Isso ocorre porque final e início de ano costuma ser o período mais aquecido para o mercado de aluguel de imóveis, que tem maior volume de saída e entrada de inquilinos por causa das universidades, por exemplo.

De acordo com o consultor em locação do Secovi-SP, Cícero Yagi, o aumento significativo identificado nos últimos 12 meses ocorre porque o mercado de aluguel de imóveis está aquecido há alguns anos. “Já faz um bom tempo que há mais demanda do que oferta. Isso faz com que os novos contratos sejam reajustados, pois há mais interessados dos que unidades para alugar”, explica.

Para ele, o mercado de locação teve esse crescimento nos últimos anos devido à melhora da economia brasileira e ao trânsito das grandes cidades. “Há mais gente com renda saindo da casa da família e buscando o aluguel como forma de ter a sua casa. A mobilidade também é outro fator, pois com o trânsito de uma cidade como São Paulo, não vale a pena atravessar a cidade para trabalhar todos os dias”, diz Yagi.

Os menores aumentos registrados em fevereiro foram as unidades com um dormitório (0,4%) e de dois quartos (0,5%). Já as habitações de três dormitórios subiram 2,5% no mês.

A garantia mais usada no período para os novos contratos continua sendo o tradicional fiador, com metade dos negócios fechados. Já o depósito caução aparece em 30% dos contratos e o seguro-fiança em 20%.

Futuro – A expectativa da entidade é que o preço dos aluguéis em novos contratos devem começar a se estabilizar nos próximos meses, porém ainda assim deverão registrar reajustes acima da inflação. “Por mais que ganhe do aluguel e a renda esteja em crescimento, já ouve a recuperação de perdas no passado – época em que o aluguel perdia para inflação. Esperamos uma estabilidade nos próximos meses”, diz o consultor do Secovi-SP.

Para Yagi, o resultado de crescimento do valor do aluguel acima da inflação mostra que investir em imóvel para locação voltou a ser uma aplicação interessante. “Imóveis de um e dois dormitórios tem fila para alugar, principalmente as casas. Antes de um mês já há um inquilino novo”, explica.

Para casas, esse tempo de troca de locatário levou de 12 a 29 dias. No caso dos apartamentos, esse período é de 18 a 37 dias. Os imóveis de um dormitório são os mais rápidos em relação a uma nova ocupação, com 13 dias.

No entanto, o consultor não recomenda o proprietário rescindir contrato ou não renovar apenas para ganhar mais com o novo aluguel. Na opinião de Yagi, cabe a negociação entre inquilino e dono do imóvel caso o valor da locação esteja muito defasada. “Um bom locatário também não é fácil de se encontrar”, ressalva.

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Redação ZAP

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