Contornos de árvores, galhos e raízes inspiram designers
Como que numa tentativa de recriar um jardim ou uma floresta fake dentro de casa, os contornos nada simétricos de árvores, galhos e raízes caíram no gosto de designers e artesãos. Em alguns casos, o processo de produção das peças não só respeita as formas naturais da madeira como também tira partido das suas imperfeições, preservando buracos, rachaduras e até mesmo marcas de queimadas e da ação do tempo. E quando não é reaproveitada, a madeira usada é a de reflorestamento.
No Arquivo Contemporâneo, o empresário João Caetano já elegeu um dos seus mimos atuais. Recém-chegada à loja, a mesa de jantar “Guaimbê” é uma referência estilizada do designer Paulo Alves às raízes aéreas da planta homônima, de caule vigoroso, que chega a atingir até três metros de altura.
“Além de funcional, esse móvel tem um forte apelo ecológico, pois a base é feita com aparas de madeiras maciças de várias espécies, como cumarú-ipê, roxinho, sucupira, jatobá e muiracatiara, cortadas em ripas com cantos arrendodados. O resultado é uma espécie de estrutura-escultura, que remete à um emaranhado de galhos”, diz Caetano.
Também é de Paulo Alves a estante “Floresta”, à venda no showroom Hetty Goldberg. A estrutura é de madeira de reflorestamento, o paricá, uma espécie amazônica.
Fascinado com uma história de cumplicidade e companheirismo entre um menino e uma árvore, o designer Pedro Useche criou o cabideiro “A árvore generosa”. O nome presta uma homenagem ao livro infantil homônimo, escrito pelo americano Shel Silverstein.
A peça, comprada pelas arquitetas Cláudia Pimenta e Patrícia Franco, ganhou um lugar de destaque num projeto recente da dupla.
“O modelo em forma de árvores tem mil e uma utilidades. Os galhos funcionam como mãos francesas, que repetem o desenho dos pés; as bandejas se sobrepõem e os nichos permitem usos diversos”, diz Patrícia, que também destaca um aspecto lúdico da peça: – Aos pés da árvore, há um cachorro e seu pote de comida, também feitos em madeira.
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