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Paisagista sugere um canto de leitura mais tranquilo

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Isabel na lounge chair colocada entre as plantas do seu jardim interno (Foto: Zeca Wittner/AE)

Isabel na lounge chair colocada entre as plantas do seu jardim interno (Foto: Zeca Wittner/AE)

Todas as noites, depois do jantar, a paisagista Isabel Duprat senta-se no jardim para ler, descansar, recompor a mente, observar as plantas. Fica por lá até sentir sono. Nos fins de semana, esse tempo se alarga – e muito. O jardim em questão não fica fora de casa, mas dentro do amplo living do apartamento onde mora, na Rua Oscar Freire. Como o imóvel não tem varanda, Isabel criou um – não tão pequeno – canto, onde cultiva, em cerca de 40 vasos dispostos em dois grandes estrados de madeira, vários tipos de espécies, a maioria tropicais, muitas delas presente de pessoas queridas, como Burle Marx, com quem estagiou no início dos anos 1980.

Entre vários tipos de orquídeas, begônias, bromélias, filodendros, antúrios, renda portuguesa, uma palmeira chamaedora elegans (que está com ela há 30 anos, desde a casa dos pais) e ao lado de um grande vaso com uma jabuticabeira fica a vedete do lugar: uma poltrona de couro creme com base de madeira assinada pelo designer sueco Bruno Mathsson (1907-1988). Projetada em 1934 e batizada de Miranda (ele costumava dar nome de mulheres às suas criações), a lounge chair (reeditada em 1968) foi adquirida por Isabel há cerca de dois anos na Passado Composto Século XX. “Comprei-a só para mim. É uma peça que me traz prazer porque, por meio dela, dou um mergulho na alma e ganho paz.” Fazendo par, uma luminária de chão, modelo Class, da Dominici, e, ao lado, banqueta de cerâmica com desenhos de flores e pássaros, da Coisas da Doris.

Embora tenha muitos exemplares de livros sobre paisagismo e botânica em casa, Isabel prefere deixar os estudos para as horas em que passa no escritório. “Em casa, faço uma leitura mais calma, mais reflexiva. Às vezes paro no meio de um parágrafo para observar as plantas, ver a que precisa de cuidado”, confessa essa amante da natureza desde menina.

ALÉM DA INTERNET – Além de jornais e revistas, Isabel tem o hábito de ler mais de um livro ao mesmo tempo. Atualmente, divide-se entre Guia do Observador de Nuvens, de Gavin Pretor-Pinney (Ed. Intrínseca, R$ 39,90) e Fantasma Sai de Cena, de Philip Roth (Ed. Companhia das Letras, R$ 38), além de poemas de Cecília Meirelles. “Tenho necessidade de manusear o livro, a revista, o jornal. Não me satisfaço com a internet. Preciso da coisa física”, diz.

Nos fins de semana, se não viaja ou não recebe a visita dos sobrinhos, Isabel fica horas na poltrona. “Esqueço da vida”, conta a paisagista, que só separa uma parte do tempo para cuidar do jardim. “Tenho de limpar, molhar, adubar pelo menos a cada dois dias. Mas não tenho uma disciplina rígida na hora de plantar. Vou espetando o que gosto dentro dos vasos. O importante é as plantas se darem bem. E a luz aqui favorece”, observa.

Isabel não pôs cortinas no living do apartamento, que, por coincidência, fica em andar baixo, o que permite que as árvores da rua, da entrada do prédio e também do vizinho se transformem numa extensão do seu jardim particular. No parapeito, para completar, ela colocou uma jardineira onde cultiva ervas aromáticas.

O amor pelas plantas vai além das reais. Uma das paredes da sala é recoberta de papel de parede que retrata oliveiras, desenho do inglês William Morris (1834-1896), comprado na Miranda Green. Para combinar, sofá verde claro, mesa de centro e duas poltronas MF5 Armchair, criada pelos designers Carlos Milan e Miguel Forte para a Branco&Preto em 1952 e adquirida na Privilégio Antiguidades.

Para completar o décor natural, numa prateleira sobre a larga porta de vidro que dá acesso ao estúdio e à área íntima do apartamento, a coleção de vasos cerâmicas, outra de suas paixões, feita pelo sogro.

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