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Desafio é construir sem destruir

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DivulgaçãoZap o especialista em imóveisOperários constroem ‘telhado’ de grama sobre casa. Uso de materiais naturais ajuda a preservar o ambiente

Ainda instintivamente relacionadas a um estilo arquitetônico colonial ou às moradias mais humildes das regiões rurais do País, as chamadas casas de barro ou pau-a-pique estão deixando esses estereótipos de lado. A origem dessa transformação está no resgate de uma técnica de arquitetura milenar que tem como principal objetivo construir sem destruir.

Renegada por muitos anos ante o padrão comercial do mercado de construção, dominado pelas indústrias do concreto, cimento, cerâmica e madeira, a arquitetura de sustentação ressurge na tentativa de reduzir o impacto ambiental nas construções. As inovações, porém, param no nome. Chama-se hoje bio-arquitetura, estilo cuja principal fonte material é a terra em seu estado puro e natural, crua.

“É uma fonte considerada alternativa, mas que na verdade compreende uma técnica antiga que está voltando. É muito mais saudável, não leva nem um produto químico e tem baixíssimo impacto ambiental”, explica o arquiteto do Instituto de Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura (Tibá), localizado no Rio de Janeiro, Peter Van Lengen.

Segundo ele, a técnica mais utilizada hoje é a do adobe – mistura de terra, argila e areia que utiliza processo de secagem natural e sem queima -, que pode ser mesclado com o bambu, fardo de palha, sapé, madeira de demolição e até grama. “É tudo positivo e harmonioso com a natureza. No caso da terra, ela ainda é gratuita, está ali no terreno”, completa.

De acordo com a bio-arquiteta Celina Llerena, fundadora da Escola de Bio-Arquitetura e Centro de Pesquisa de Tecnologia Experimental em Bambu (Ebiobambu), do Rio de janeiro, as construções que utilizam recursos naturais auto-renováveis reduzem o impacto ambiental em até 40%. “Infelizmente, a construção civil consome hoje de 20% a 50% de recursos naturais não-renováveis”, relata ela.

Custo

Outro apelo dos arquitetos especializados em bio-arquitetura, que tentam conquistar uma fatia do mercado, é o financeiro. Mesmo sendo o projeto e a mão-de-obra mais caros, se comparados com uma construção em alvenaria tradicional, os especialistas em arquitetura ecológica asseguram que o custo final da obra chega a ser de 30% a 40% menor por conta do emprego de materiais mais baratos.

Mas ainda assim, eles não deixam que o foco se perca em meio aos números. “Prefiro falar em sustentabilidade do que em rentabilidade. O objetivo é agredir o menos possível o seu entorno, utilizando materiais auto-renováveis ou de reúso”, justifica a arquiteta e urbanista Raquel Moz.

 

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