Escolha do ventilador depende do motor e do número de pás
Está pensando em escolher o ventilador como opção para se refrescar com a chegada do calor? Seja como a única forma ou como acessório ao ar-condicionado, o aparelho está disponível no mercado em diferentes modelos, para necessidades individuais e espaços coletivos.
Existem três tipos de ventilador: os de teto, os de parede e os portáteis, que podem ser de mesa ou de pé. A diferença está no alcance e na direção do vento. Os de teto produzem brisa mais uniforme, espalhada por todo o cômodo e gerando climatização, enquanto o foco “forte” fica concentrado na região imediatamente abaixo do aparelho.
Modelo de teto da Arno
Os modelos de parede, por oscilarem, produzem mais ventilação, enviando o ar frio a uma distância maior. “Mas é aquele jato forte de vento, que pode gerar desconforto”, acrescenta Daniela Arruda, sócia da Via Vento, loja especializada em Porto Alegre. Devem ser instalados de modo a acentuar a tendência de ventilação do ambiente, para que o vento artificial não concorra com o natural que entra pelas aberturas do cômodo.
Modelo de parede Veneza
Os modelos de mesa e de pé seguem a mesma lógica dos de parede, porém seu alcance é menor. Por isso são indicados para uso pessoal, enquanto os outros servem a ambientes com muitas pessoas, como salas de espera e salões de eventos.
Espaço ventilado
Em termos de área refrescada, os modelos de teto têm alcance médio entre 15 e 25 metros quadrados, e devem ser instalados com pelo menos 70 centímetros de distância entre a pá e móveis ou paredes no entorno. “Há projetos em que o ventilador fica dentro da sanca, aí ele vira um mero artigo decorativo, pois não tem área de vazão do vento gerado”, explica Daniela.
Modelo de mesa da Hunter
Os modelos portáteis refrescam uma área de cerca de 12 metros quadrados. Os de parede podem chegar a 50 metros quadrados, mas o vento não é uniforme, e sim concentrado no ângulo de 90 graus de rotação do aparelho.
Como escolher
Dois fatores são mais preponderantes na escolha do ventilador: o design e o motor. Quanto ao segundo item, Daniela explica que a grande diferença está entre os modelos nacionais e os importados. Os estrangeiros consomem menos energia e costumam ter o mecanismo mais potente, o que significa mais refresco com menos rotações por minuto, o que resulta em menos barulho.
Enquanto uma modelo importado gasta cerca de 65 watts por hora, o nacional chega a 127 watts. Comparando dois modelos, o importado de quatro pás ventila uma área de 25 metros quadrados, enquanto o brasileiro de mesma configuração chega a 20 metros quadrados.
Modelo da Westinghouse, importado
E por que os brasileiros gastam mais? Segundo Daniela, o IPI para aparelhos com mais de 140 volts de potência custa menos. Por outro lado, os modelos importados podem custar o dobro ou até o triplo dos nacionais – a tarifa de importação dos aparelhos, diz a sócia da loja, é uma das mais caras do Brasil.
O número de pás do aparelho também influencia no desempenho: quanto maior o número, maior a capacidade de espalhar o vento. Mais que isso, no entanto, é preciso checar o ângulo de inclinação das pás, uma vez que ele determina a quantidade de ar movida, ou seja, de ventilação promovida.
Número de pás influencia na forma de espalhar o vento
Os modelos nacionais costumam trabalhar com ângulos de cinco ou seis graus, enquanto que os importados ficam na casa dos 15 graus. Mas quanto maior o ângulo, e quanto mais pás, mais forte precisa ser o motor – ou mais rápido precisa girar o ventilador, o que significa mais barulho e mais consumo de energia.
A velocidade de rotação é um fator importante, tanto pelo ruído quanto pelo conforto. Se as pás giram muito rápido, o vento acaba virando um jato, o que apesar de refrescar pode também incomodar o ocupante do cômodo – além disso, no caso de escritórios, faz os papéis voarem, por exemplo.
Ainda, destaca Daniela, velocidades mais rápidas, como as dos modelos brasileiros que giram a 400 rotações por minuto, são mais perigosas. “Os modelos americanos atingem no máximo 200 rpm, por uma questão de segurança determinada pelos órgãos de lá”, explica a sócia da loja especializada. Outro detalhe que destaca é que, com velocidade menor, menos poeira é espalhada, o que é uma vantagem para alérgicos.
Manutenção
A manutenção do ventilador deve ser feita a cada ano e meio, no caso de modelos nacionais, e a cada cerca de três anos para os importados. O mais importante é verificar se os parafusos estão bem presos e fazer o balanceamento, para não trepidar. “Fora do equilíbrio correto, o aparelho faz barulho e, nos modelos que têm luminária, faz as lâmpadas queimarem”, diz Fabiano Lacerda, gerente da Via Vento.
Modelo importado Sea Air, da Hunter, é feito para casa de praia
Para os ventiladores da casa de praia, a recomendação é escolher modelos específicos para áreas litorâneas, ou optar por aparelhos com a menor quantidade de ferro possível, por causa do desgaste causado pela brisa do mar. O uso de tinta contra maresia não é eficiente, desmitifica Lacerda. “Algumas pessoas também colocam o aparelho um saco plástico por cima, para tentar proteger, mas na verdade só estão abafando a maresia”, completa.
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