Nova fiação tem de ser fiscalizada pelo Inmetro
O envelhecimento dos cabos e fios elétricos, escondidos nas paredes, não é visível aos proprietários de imóveis. O fato é que, após 20 anos, os condutores da corrente elétrica estão com o prazo de validade vencido, e a troca deve ser feita por outros cuja qualidade tenham sido atestadas por institutos de certificação.
“O morador vê que todos os equipamentos funcionam e pensa que não é necessário reformar. O desconhecimento é um ponto fundamental”, afirma Álvaro Luccas, consultor da Associação Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos (Abreme).
Para assegurar a eficiência e segurança da reforma, é preciso que os materiais comprados respeitem as normas e legislações. Garantir esse comprometimento dos fabricantes é uma das metas da Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos (Qualifio), uma das instituições que apoiam o Programa Casa Segura, instituído para incentivar os proprietários de imóveis antigos a checar a situação das instalações elétricas.
“Em muitos casos, a população não está atenta para a importância da qualidade do material usado nos fios. O cobre é o material usado para conduzir a eletricidade, mas existem empresas que misturam outros tipos de condutores ou usam isolantes de baixa qualidade para diminuir os custos”, comenta Laércio de Sousa, presidente da Qualifio.
Fios e cabos elétricos devem, por lei, ter sua qualidade atestada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Sem o selo impresso na embalagem, os produtos não podem ser comercializados nos depósitos de materiais para construção. “Todo o sistema elétrico se comunica, mas é nos fios e cabos que os problemas se manifestam. O consumidor não tem como saber se o produto é de qualidade apenas com a observação, mas se sentir cheiro, os fios ficarem manchados ou muito aquecidos e os disjuntores desarmarem, é preciso procurar onde está o problema”, recomenda Sousa.
Falhas na fiação podem chegar a causar incêndios, mas em casos menos extremos geram um aumento no consumo de energia e no impacto da conta de luz. “As descargas elétricas que acontecem não chegam a ser curtos-circuitos, mas funcionam como se fosse um aparelho eletrônico ligado durante todo o dia”, comenta o consultor da Abreme.
Com fios em ordem, a possibilidade de problemas desse tipo ocorrerem diminui consideravelmente. “Com o tempo, o PVC usado para isolar os cabos elétricos vai perdendo seus óleos lubrificantes e fica frágil. Até chegar ao ponto de quebrar e ocorrer um curto”, diz Luccas.
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