De costas para o barulho
Um prédio onde os apartamentos laterais e de fundos são os mais procurados. É que, bem pertinho de suas varandas, há folhas de jequitibás, figueiras, palmeiras, além de micos e muitas aves. É assim o Condomínio Marquês de São Vicente, que fica no alto da rua de mesmo nome, na Gávea.
— Tem uma garça que todo dia de manhã vem ver se eu já acordei — brinca o publicitário José Ruy Dutra, síndico do condomínio e morador de um imóvel de fundos desde a sua construção, em 1979.
O silêncio e a bela vista fazem com que, neste caso, os apartamentos de fundos — que tradicionalmente custam 10% a 20% menos — cheguem a preços 20% mais altos que os imóveis de frente. Ao todo, nos dois blocos, são 88 apartamentos, cada um com quatro quartos.
O trânsito é o principal problema para quem mora nas unidades da frente. Mas já foi pior, ressalta Dutra. É que recentemente foi instalado um radar que controla a velocidade dos automóveis — antes, segundo ele, os ônibus e vans eram os vilões da rua:
— Há cinco anos, quando foi fechada uma agulha viária que servia de acesso para motoristas vindos de São Conrado pelo Túnel Zuzu Angel, era ainda pior.
O síndico conta que, no lugar em que fica o prédio e as edificações vizinhas a ele, havia chácaras. E que a mata do entorno pertence ao Morro Dois Irmãos:
— O condomínio tem baixa rotatividade. A maioria dos moradores são os primeiros proprietários.
Além de estar inserido na Mata Atlântica, o prédio tem a seu favor a infra-estrutura de comércio e serviços do entorno.
— Estamos entre dois grandes colégios, o Teresiano e a Escola Parque, e a uma caminhada de dez minutos do Shopping da Gávea — lembra Dutra.