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As dores e as delícias de morar num flat

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Rio de Janeiro – Como quase tudo na vida há prós e contras, a decisão de viver num flat não é diferente. Há quem goste da praticidade e impessoalidade que fazem parte da rotina de um apart-hotel.

Por outro lado, há quem cisme exatamente com o fato de não conhecer seus vizinhos e nunca saber quem está à porta ao lado. Mas, uma coisa é certa: o flat é a principal solução daqueles que estão em meio à situação provisória como mudança de cidade, a espera pelas chaves do apartamento novo, processo de separação etc. Enfim, até mesmo aqueles que não gostam ou não gostaram de passar pela experiência de viver num flat reconhecem que se trata de uma alternativa interessante.

A aposentada Conceição Bonorino Lartigue, de 86 anos, que, há quatro anos, mora num apart-hotel em Copacabana, diz que adora sua vida ali.

“Sou como gato, gosto de ficar em casa no meu canto Faço meu tricô, crochê. Não quero saber da vida de ninguém. Tenho uma varanda ótima. Almoço no restaurante daqui e a camareira vem duas vezes por semana fazer a limpeza. Há segurança e privacidade”, conta Conceição.

Ela contou que morou 15 anos no Leblon e dois em Brasília. A idéia inicial era passar somente dois meses no flat, durante o período das festas, e depois voltar a viver com a filha no Distrito Federal. Entretanto, gostou tanto da independência e privacidade que preferiu se instalar ali definitivamente.

“Coloquei objetos meus que já deram uma outra cara ao ambiente como a minha cristaleira na sala, as minhas roupas de cama e banho. Também estou comprando um armário com porta de correr e mesa de cabeceira. Estou muito satisfeita””, relata Conceição.

Já policial federal Marcos Barrozo Netto, de 35 anos, que também mora num flat em Copacabana, há um ano e sete meses, a impessoalidade é um dos principais incômodos.

“É estranho sempre ver caras novas, especialmente nas festas como final do ano e carnaval. Mesmo tendo vários seguranças, é um entra e sai tão grande que não sei se realmente é seguro. Eu comprei e já vendi o flat. O condomínio é caro. Devo me mudar até o próximo dia 15. Vou morar um tempo com a minha mãe e entrar num consórcio de um apartamento de dois quartos. Eu quero poder conhecer meus vizinhos”, diz Netto.

Ele destaca que entre as vantagens estão alguns serviços como o de arrumação, manutenção, sauna, piscina e academia. Mas, segundo ele, nada supera a sensação de estar entre pessoas conhecidas com dia-a-dia mais regular.

Para a professora de educação física Rita Moreira, de 28 anos, que mora num flat na Barra da Tijuca, há seis meses, a comodidade no dia-a-dia de um flat vale muito mais do que a convivência com vizinhos.

A rotina da gente é tão puxada e corrida que não faço questão nenhuma de conhecer e conversar com os vizinhos. Claro que sempre dou bom dia e tal, mas não tenho tempo para mais do que isso. Adoro pensar que ao chegar em casa estará tudo arrumadinho. Hoje, por exemplo, eu nem arrumei a cama. Prefiro pagar por alguém que organize esse tipo de coisa para mim.

Netto e Rita tocaram num ponto crucial na vida dos moradores de flat que são os custos. Carlos Samuel de Oliveira Freitas, diretor de locação Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), informou que não há um levantamento comparando os custos entre um apartamento convencional e um flat, mas acredita que o apart-hotel chega a custar entre 40% e 60% a mais que os imóveis tradicionais.

“Em via de regra viver num flat é mais caro em função dos serviços diferenciados que são oferecidos como arrumadeira, lavanderia, entre outros. Quanto mais opções de serviços, mais oneroso fica o condomínio, que representa a divisão das despesas”, avalia Freitas.

Quanto à possiblidade de traçar um perfil dos moradores de flat, ele aponta para dois tipos de públicos: pessoas de outras cidades que passam a semana no flat por conta do trabalho e aquelas que vivem sozinhas, como os idosos com boa situação financeira, que preferem viver num flat a alugar apartamentos ou a ficar com os filhos. 

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