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Urbanismo sustentável garante uma relação mais próxima entre a população e a cidade

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A crescente urbanização nos grandes centros urbanos tem revelado uma tendência para que as cidades se tornem cada vez mais individualistas. Seja com transporte baseado em carros e motos, gerando grandes congestionamentos, ou com a redução de espaços de lazer comuns à população, entre outros exemplos. Porém, existe um conceito que ganha força e que vai em contraponto a essa tendência, que é o de urbanismo sustentável. Ele prega não apenas o contexto de construir cidades mais “verdes”, mas a de uma relação mais próxima e saudável entre as pessoas e as cidades.

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A visão do urbanismo sustentável é baseada nos pilares social, econômico e ambiental. “As grandes cidades têm que ter as atividades econômicas redistribuídas em centros já com sistema de transporte de massa e precisa contar no entorno com serviços, educação, lazer e moradia”, afirma James Wright, professor de Estratégia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Profuturo-Fia.

Cidade de Fujisawa Sustainable Smart Town, no Japão (Foto: Divulgação)

Segundo André Gomyde, presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas, o urbanismo sustentável nasceu do conceito do pesquisador norte-americano Richard Florida. “Ele lançou o conceito ‘work, live and play’ tudo em uma mesma localidade. Ou seja, isso significa que a pessoa deve trabalhar, morar e viver em um mesmo lugar”, explica. A ideia dá conta de uma questão crucial atualmente nos grandes centros urbanos, que é a de se construir um desenho urbano que não necessite de grandes deslocamentos. E também de dar mais atenção a um sistema viário que priorize mais as pessoas e menos os carros. “Isso resolve o problema da mobilidade”, acrescenta.

Com menos deslocamentos, sobra mais tempo para que a população possa fazer melhor uso dos espaços públicos e de ter uma relação mais prazerosa com a cidade. “Com a redução da necessidade de locomoção, libera mais tempo para o lazer e os espaços públicos acabam sendo melhor usados pela comunidade”, atesta James Wright. Essa é uma solução que, consequentemente, também ajuda na questão da segurança. “As cidades precisam ter praças com iluminação e internet boa para que sejam ocupadas pelas pessoas porque, desta forma, afasta os bandidos”, completa André Gomyde.

Ela foi construída totalmente do zero pela Panasonic e é a mais completa de todas (Foto: Shutterstock)

Em linhas gerais, uma urbanização sustentável defende uma construção que reduza os impactos ambientais. Desta forma, é preciso diminuir o consumo de materiais e energias e reduzir os resíduos sólidos. Mas não apenas isso. Ela deve construir espaços comuns, preservar espécies nativas e usar materiais não-tóxicos. Outro aspecto é o de ter uma cidade que priorize o ciclista e o pedestre, já que a realidade em muitas cidades brasileiras hoje em dia é que, por conta da urbanização crescente e da falta de estrutura e melhorias no transporte público, a frota de veículos individuais tem aumentado, processo que acaba estimulando os congestionamentos, a poluição e os ruídos.

André Gomyde cita o exemplo da cidade de Fujisawa Sustainable Smart Town, no Japão. “Ela foi construída totalmente do zero pela Panasonic e é a mais completa de todas. Existem outras no mundo e os governos estão tentando cada vez mais encontrar os caminhos para o urbanismo sustentável. Algumas levam vantagens em algumas questões, mas faltam outras importantes e Fujisawa está completa”, afirma. A cidade japonesa, inaugurada em 2014, têm casas com energia solar, sistema de compartilhamento de carros e bicicletas elétricas, acesso ao controle de gastos e incentivo para quem consome menos, iluminação das ruas com lâmpada de baixo consumo com detecção de presença, ruas apenas para pedestres, tecnologia que permite economizar 70% da emissão de CO2 e de 30% no consumo de água, além de espaços de lazer comunitários.

A cidade japonesa, inaugurada em 2014, têm casas com energia solar, sistema de compartilhamento de carros e bicicletas elétricas, entre outros benefícios (Foto: Shutterstock)

Um outro exemplo é o Parque High Line, em Nova York. Trata-se de uma área revitalizada sobre uma ferrovia suspensa desativada desde a década de 90, com a primeira fase inaugurada em 2009. Ele ficou famoso por integrar a população e a natureza, com um parque com plantas nativas, árvores e áreas de lazer no meio dos prédios da cidade.

Parque High Line, em Nova York ficou famoso por integrar a população e a natureza (Foto: Shutterstock)

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