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Muros, grades ou cercas: qual deles protege melhor o seu imóvel?

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A crescente sensação de falta de proteção nas grandes cidades brasileiras fez surgir um elemento muito comum diante da área de um prédio ou de uma casa: as grades. Elas também protegem janelas, portas e até mesmo medidores de água. Os muros de contenção, por sua vez, estão aí também para impedir ou tornar mais difícil o acesso de pessoas suspeitas a determinado local. Muros e grades interferem na estética dos imóveis; assim, se você está construindo ou avaliando a possibilidade de implementar elementos para aumentar a segurança em seu imóvel, é importante ponderar sobre as características de cada um deles.



Muros: material influencia a estética
Diversos tipos de materiais podem ser utilizados na construção de muros; por exemplo, tijolos furados, tijolos maciços, pedras, concreto armado, entre outros. Optar pelo material que melhor se encaixa dentro de suas demandas é o primeiro passo em direção ao sucesso do projeto. “O material influencia na estética do local, no custo da obra e, principalmente, na resistência contra vandalismo e tentativas de invasão”, adverte o consultor Leandro Cardon, da Kravi Planejamento em Segurança, de Porto Alegre.Muro é a alternativa de custo mais baixo

De acordo com o consultor, levantar um muro pode ser uma alternativa interessante a quem está buscando discrição: “A vantagem do muro é que ele impede a visão de fora para dentro e, assim, prejudica a coleta de informação por parte dos bandidos – o resultado é mais privacidade e, claro, mais proteção aos moradores e freqüentadores”.

Quanto mais alto o muro, melhor: a altura mínima recomendada é de 2,5 metros. Mas antes de construir é importante consultar a legislação vigente na sua localidade e saber se a construção é permitida, pois há locais em que o levantamento do muro é proibido.

Cercas e grades: valores e materiais diversos
Em locais onde não é permitida a construção de muros, cercar o imóvel com grades de ferro pode ser uma alternativa – embora haja um aspecto básico a ser observado: a espessura das barras. O consultor da Kravi alerta que “um macaco, destes utilizados em veículos, pode abrir um vão entre as barras, facilitando o acesso à casa ou ao condomínio”. Nesse caso, ele recomenda a utilização de barras de ferro ¾, que são mais espessas e dificultam tal ação.Grades: a segurança depende da espessura das barras

Outro aspecto digno de nota é que as grades não impedem a visualização de fora para dentro, permitindo a visualização do que há no interior do terreno, o que não acontece com o muro. Em média, o metro da grade de ferro com 12mm de espessura sai por R$ 170,00 sem o portão de contrapeso. O portão representa um acréscimo médio de R$ 400,00 no orçamento do conjunto.Portão de contrapeso

Outra opção que pode ser considerada é a chapa expandida, uma espécie de grade produzida através de corte e posterior estiramento do material. “Ela tem uma vantagem sobre o gradil em barras de ferro: dificulta a escalada”, observa Cardon.

O custo das grades expandidas é variável, a depender das dimensões dos buracos e da espessura da malha, do material empregado (carbono ou aço), e da quantidade de painéis utilizados. “O tipo mais pedido é o da malha fina (de 50mm x 100mm): sai como cacetinho* de padaria”, afirma Edegar Ferreira Kayser, do departamendo de vendas da Chapas expandidas de malha fina

Uma chapa padrão como esta, cuja espessura é de 4,75mm e dimensões de 1,5m de largura por 2m de altura, é vendida em média por R$ 60,00. Assim, se você for colocar chapas expandidas na parte da frente de seu imóvel, em um terreno com largura de 10m, por exemplo, pagará um total cerca de R$ 690,00.

Ouriços” e chapas de vidro temperado
Um produto relativamente novo que está sendo empregado em alguns empreendimentos é a cerca de vidro, que, além de ser esteticamente mais bonita e valorizar a arquitetura do imóvel, impõe extrema dificuldade à escalada. É fabricada sob medida em vidro temperado, com estrutura tanto em aço quanto em alumínio. Seu custo, no entanto, é superior ao dos demais recursos. Na Serralheria São José, de Porto Alegre, por exemplo, uma cerca deste tipo, com dimensões de 5m de largura por 2,20m de altura, de estrutura tubular em alumínio (para fixação do material), tem um preço médio de R$ 4,6 mil. O orçamento inclui portão social e instalação.

Concertina, também conhecida por ouriço, é instalada sobre muros e grades e aumenta a segurançaOutro produto que tem sido usado com frequência cada vez maior é a concertina, também conhecida por ‘ouriço’, cerca de proteção, cerca helicoidal, cerca de aço, fita carpada ou arame farpado helicoidal. É instalada sobre muros e grades e seu visual agressivo já serve para afastar pessoal mal-intencionadas. É fabricada em aço galvanizado para evitar corrosão. “Só com a grade, o cara pula facilmente”, avisa o empresário Jorge Cesar Junior, da Casa das Pantográficas, de Porto Alegre. Ele diz que o produto é também utilizado de forma estratégica em pontos-cegos, a fim de que, caso um assaltante passe por determinada barreira de segurança, seja contido a seguir pela cerca de arame.

Existem três modelos básicos de concertinas: clipada, simples e flat (fotos). Estas cercas de arame farpado custam em média de R$ 40 a R$ 50 o metro, valor que inclui a instalação. O diâmetro mais utílizado na cerca concertina é o de 45cm, com espaçamento de aproximadamente 25cm entre as espirais. Para quem já possui muros, grades ou outra forma de contenção física, a concertina é um elemento de segurança de significativo impacto visual, retenção física em caso de invasão e preço acessível.

Custos x segurança
“Em termos de custos, o muro ainda é o implemento mais barato, seguido da grade em barras de ferro, chapa expandida e, finalmente, a cerca de vidro”, diz o especialista da Kravi. Ele ressalva, porém, que quando se trata de uma casa, apenas o recurso físico (como um muro) não oferece a tranquilidade necessária para o morador. “O recomendado é que a este seja integrado um sistema de segurança eletrônico, que possibilitará a detecção de invasões.” Como exemplo, cita cercas elétricas, sensores de presença, câmeras, entre outros.

Além dos recursos físicos e eletrônicos, a recomendação para condomínios é que haja também uma integração entre recursos humanos (agentes de segurança como porteiros, vigilantes e os próprios moradores) e recursos organizacionais (procedimentos de segurança): “Cada local deve ter seus próprios procedimentos, dependendo da análise de risco e de suas peculiaridades. Os envolvidos neste processo devem ser adequadamente treinados e periodicamente simulados, para aumentar o nível de segurança do local”.

Para escolher a melhor solução para o seu imóvel, antes de investir em segurança e tomar qualquer decisão sempre consulte um especialista da área, que poderá orientar seu projeto e auxiliar a reduzir os custos, além de indicar profissionais para a execução do projeto e da obra, seja esta muro, grade ou cerca.

* Regionalismo típico do Rio grande do Sul para designar o pão francês.

Update: Para sua própria segurança, evite construir muros muito altos (2m ou mais). De acordo com o major José Carlos Graciano, da Diretoria de Ensino da Polícia Militar do Paraná, esconder sua casa atrás de uma “fortaleza” pode ser perigoso: “Se um ladrão entrar na residência, ou houver um sequestro, ninguém do lado de fora vê o que acontece lá dentro. A população está acuada e às vezes prefere se cercar desta forma, mas o muro é uma armadilha”. Por conta disso, os bandidos têm preferência por invadir locais murados. Para quem mesmo assim prefere muros, o major recomenda que se construa uma estrutura mista com grades. O Pense Imóveis ouviu sugestões de segurança da Polícia Militar do Paraná a partir da sugestão do leitor João Paulo Licheski.

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