Leilão oferece imóvel com até 60% de desconto
A crise financeira tirou o emprego de muitos brasileiros e uma boa parte das pessoas que tinha firmado compromisso com um financiamento de imóveis não pode mais pagar as prestações. Aliado a isso, quem tem dinheiro investido no banco aproveita a oportunidade para comprar com um belo desconto e ampliar seu patrimônio.
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Esse cenário é muito propício para aquecer o mercado de leilões, já que há uma grande demanda de imóveis que foram “devolvidos” aos bancos. Um apartamento, por exemplo, que está em leilão pode ser arrematado com até 60% de desconto.
O advogado Cláudio Brandani explica que qualquer pessoa pode participar de um leilão, desde que ela não esteja envolvida no processo. “É uma boa oportunidade para quem pretende adquirir um imóvel sendo que hoje, em razão das alterações sofridas pelo Código de Processo Civil, o imóvel pode ser arrematado por 50% do valor da avaliação judicial”, explica o advogado.
“Os leilões são feitos de forma presencial ou on-line. Neste último, é necessário que o interessado faça seu cadastro em um site leiloeiro e tenha uma senha para participar”, diz Brandani.
Os leilões são feitos de forma presencial ou on-line. Neste último, é necessário que o interessado faça seu cadastro em um site leiloeiro e tenha uma senha para participar (Foto: Shutterstock)
Adquirir imóvel em leilão é sempre um bom negócio, afirma Vicente de Paulo Albuquerque, leiloeiro oficial e presidente da Federação Brasileira de Leiloeiros Públicos Oficiais (FEBRALEI). “O interessado deve se acautelar acerca de todas as condições específicas para arrematação do imóvel objeto de seu interesse. Desde o estado físico e de ocupação, das condições de venda e pagamento, de eventuais restrições e ônus sobre o imóvel, bem como todos os demais fatores que possam valorar ou depreciar sua aquisição. O lado bom, é que todas essas variáveis estão consideradas no preço de lance mínimo de um imóvel em leilão, o que torna o preço irresistível”, diz o leiloeiro.
Albuquerque ainda complementa: “se o imóvel está ocupado, é concedido um desconto ainda maior. Se houver dívida de condomínio, por exemplo, mais desconto é dado. Assim, ao final, podemos ter imóveis com preços de até 60%, 80% mais baixos do que o mercado”.
Para participar do processo é preciso se informar sobre qual é o tipo de leilão (extrajudicial ou judicial) e ler atentamente o edital.
Mercado de leilão em crescimento
De acordo com Vicente de Paulo Albuquerque, o número de imóveis ofertados em leilões registra crescimento constante nos últimos anos. “De dois anos para cá, houve um aumento de cerca de 80% na oferta de unidades de todos os segmentos do mercado imobiliário”, afirma.
Os preços mais baixos contribuem para esse crescimento, isso porquê o valor do lance mínimo pode chegar até 60% abaixo do valor real praticado no mercado. Outros fatores atrativos em um leilão de imóveis são a segurança e transparência na negociação.
“O leilão é realizado por leiloeiros oficiais, devidamente matriculados e tudo é regido de acordo com a legislação brasileira vigente. Não há riscos nesse sentido, tanto para quem compra quanto para quem vende um imóvel via leilão”, explica Albuquerque.
Existem alguns modelos de leilão, são eles:
Foto: Noelly Capovilla/ZAP em Casa
A lei 9.514 de 1.997 institui a alienação fiduciária de bens imóveis para fins de garantia. Ou seja, é legal a transferência de bens como pagamento de uma dívida, a partir de um acordo firmado entre o credor e o devedor.
Brandani explica que os leilões extrajudiciais são os decorrentes de imóveis que foram financiados por instituições financeiras, sendo que estes foram dados em alienação fiduciária para garantia da dívida assumida no contrato. “Neste caso, não há a necessidade de um procedimento judicial para que o banco retome o imóvel e o leve a leilão de forma extrajudicial”, explica.
O advogado diz que o procedimento é realizado por um leiloeiro oficial contratado pelo próprio banco.
Segundo o advogado Marcos Paulo Bueno, é bom checar o edital do leilão e os valores. “É preciso conhecer bem os débitos existentes e, sempre que possível, tentar descobrir o porquê daquele imóvel ir a leilão. Aconselho também a levantar também as certidões trabalhistas e certidões de dívidas municipais”, alerta Bueno.
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