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Vila industrial nasceu graças à força gerada pelo chocolate

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ReproduçãoZap o especialista em imóveisChácara onde residiu no final do século XIX a família italiana Falchi, que deu nome a Vila em homenagem ao governador Prudente José de Moraes

 

Localizada no miolo de uma então promissora região industrial – entre a Mooca, Ipiranga e a cidade de São Caetano -, a Vila Prudente não poderia ter outra história senão aquela ditada pela combustão das máquinas e seus operadores. Embora o nascimento do bairro seja atribuído à aquisição de suas terras pelo comerciante João Pedroso, em 1829, o extenso descampado só começou a ganhar ares de vila quando seu filho Antônio Pedroso e a esposa Martinha Maria venderam os lotes para três irmãos italianos que ergueram ali a primeira fábrica da região.

Foi em 1890, ano em que os imigrantes europeus Bernardino, Emílio e Ponfílio Falchi arrendaram as terras por vinte contos de réis, que o Estado reconheceu, no dia 4 de outubro, a fundação da Vila. O nome foi um agrado ao primeiro governador do Estado de São Paulo e futuro presidente da República (1894-1898), Prudente José de Moraes. Segundo registros da época, viviam naquele tempo cerca de 400 pessoas numa área com pouco mais de mil metros quadrados.

Utilizado até então somente para o cultivo de frutas e o pasto de animais, o território desenvolveu-se com a construção da Fábrica de Chocolates Falchi, que começou a atrair operários e imigrantes italianos, portugueses, espanhóis e lituanos para a região. Os próprios irmãos chegaram a financiar a compra de terrenos e materiais de construção para que os funcionários erguessem suas casas próximas à indústria.

ReproduçãoZap o especialista em imóveisTrabalhadores da fábrica de chocolate dos irmãos italianos Falchi; marco do início da industrialização do bairro

 

Após a inauguração da unidade, a Vila Prudente expandiu-se em ritmo acelerado. Chegaram em seguida indústrias de papelão, cerâmica, louças e tecelagens, entre as quais a Cerâmica Vila Prudente, a Indústria de Louças Zappi e a Manufatura de Chapéus Oriente. Além delas, a olaria do engenheiro Luís Inácio de Anhaia Melo, que dá nome a uma das principais vias do bairro, estabeleceu-se no local, consolidando seu perfil urbano. Anos mais tarde, a fábrica dos Falchi, pioneira na região, transferiu-se para o Bom Retiro, dando lugar à Fábrica de Chapéus Italo-Brasileira.

Tamanho desenvolvimento resultou na conquista de autonomia política, em 1923 – até então a Vila Prudente era subordinada ao Ipiranga -, e também, algumas décadas depois, no adensamento desenfreado em algumas áreas do bairro, como na que hoje compreende a favela da Vila Prudente. Ainda assim, segundo dados da Subprefeitura de Vila Prudente e Sapopemba, a renda média na região é de 9,1 salários mínimos.

De acordo com a administração local, o bairro, que contempla ainda outras nove vilas e jardins – destaque para o Jardim Avelino, o mais nobre da região – conta com cerca de 150 mil habitantes e uma área total estimada em dez quilômetros quadrados.

 

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