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Depois de acordo com Prefeitura, casa da Rua Buri vai virar museu

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Foram quatro anos de negociação. Desde a gestão de Marta Suplicy, a Prefeitura tenta fechar a compra da casa da Rua Buri, onde Chico Buarque morou com a família. O objetivo era transformar o lugar numa espécie de museu. O processo se arrastou devido a problemas com a documentação do inventário do historiador Sergio Buarque de Holanda, que faleceu em 1982.

Com a papelada finalmente em dia, a casa será comprada por R$ 449 mil. A Prefeitura terá de desembolsar cerca de R$ 1 milhão com a reforma. Construído em 1929, num terreno de 400 metros quadrados, o casarão tem cinco quartos e duas salas. “Ele está cheio de cupim”, diz o compositor.

História de família 

 

Os danos são visíveis. A praga instalou-se em alguns móveis do casarão. O armário da cozinha, por exemplo, desabou por causa da ação dos insetos. O forro da casa também tem sinais de corrosão. Mas a propriedade está longe do abandono. Foram feitas algumas pinturas e manutenções mais urgentes. Austera e sólida (sua base é feita de pedra), a fachada dá para a Praça Raízes do Brasil – uma homenagem a Sérgio Buarque de Holanda -, onde foram plantados ipês amarelos, paineiras e um pau-brasil.

Sérgio Buarque mudou-se com a família para a casa em 1957, ano em que escreveu Caminhos e Fronteiras. O historiador costumava trabalhar em casa. O ambiente era agitado, além dos sete filhos, sempre tinham os amigos e agregados.

Há 15 anos, uma afilhada de Maria Amélia Buarque de Holanda, mãe de Chico, toma conta do casarão para evitar invasões. Emérita Carboni, de 49 anos, vai continuar no lugar mesmo depois da venda do imóvel. Nos fundos, será construída uma edícula, especialmente para ela.

Não raro, a família organiza churrascos no fundo da casa. Se há show no Estádio do Pacaembu, a poucos metros da casa, às vezes, Chico corre para lá, sobe para o sótão e assiste tudo da janela. Tem ainda a jabuticabeira plantada no quintal pela avó do Chico. “Eles disputam as jabuticabas do pé, mas a árvore quase não dá fruto”, conta Emérita. A forte ligação da família com a casa também explica a lentidão para colocar em dia a documentação do imóvel.

Projeto Cultural

Em 2002, a idéia da Secretaria da Cultura era levar para a Rua Buri o acervo da Discoteca Oneyda Alvarenga, que seria digitalizado, assim como o material sonoro doado pela família de Sérgio Buarque. O acervo conta com 85 mil discos de vinil, 40 mil partituras, 1.100 Compact Discs e 500 fitas cassete. A pesquisa folclórica do modernista Mário de Andrade também deveria se juntar ao acervo da Discoteca da Música Brasileira. Hoje a Secretaria da Cultura ainda não determinou o que a casa vai abrigar, mas com certeza terá muito da história e das obras de Sérgio Buarque de Holanda.

 

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