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Fuga de fábricas da capital deixa espaço para residências

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Robson Fernandjes/AEZap o especialista em imóveisExpansão – “Valorização acompanha a Marginal do Pinheiros, do Parque Villa Lobos até o Morumbi’, diz Fábio Romano, da Company

O movimento de saída de indústrias da capital tem aberto espaço para o mercado imobiliário. Com a escassez de terrenos, bairros como Lapa, Vila Leopoldina e Barra Funda, na zona oeste; Santo Amaro, Chácara Santo Antônio, Campo Belo, na zona sul; Mooca, Tatuapé e Belenzinho, na zona leste – que se consolidaram como áreas industriais – hoje passam por um processo de mudança de vocação e atraem edifícios residenciais.

Para os empreendedores, as vantagens dos terrenos deixados pelas antigas fábricas são o tamanho e a localização. No lugar dos galpões e armazéns vazios, nascem condomínios gigantes, com várias torres, amplas áreas de lazer em regiões com infra-estrutura urbana já estabelecida.

A construtora Company, por exemplo, realizou três aquisições com esse perfil. Um dos terrenos está localizado no Campo Belo, onde funcionou a fábrica de chocolates Lacta. No espaço de 16 mil metros quadrados, a construtora levanta três empreendimentos de médio e alto padrões. “Quando demolimos a fábrica e colocamos os plantões de venda, o pessoal do bairro demonstrou que sempre teve o desejo de morar lá. É um terreno com vista eterna para a Z1 (zoneamento que não permite verticalização)”, afirma Fábio Romano, gerente de Incorporação da empresa.

Os demais terrenos negociados pela empresa estão em outras duas áreas em expansão imobiliária com o mesmo perfil: Lapa e Chácara Flora. Com a chegada dos empreendimentos residenciais, e a perspectiva de grande movimentação de público morador na região, o entorno se modifica. “A Lapa está sofrendo um boom, está se transformando. Perto dos empreendimentos já aparecem padarias, supermercados. Era uma região em que anos atrás ninguém acreditava”, observa Romano. Quem investiu ali pode ganhar com o aumento dos preços, estima o executivo. “Existe uma profunda valorização que acompanha a Marginal do Pinheiros desde o Parque Villa Lobos até o Morumbi”, afirma.

Para o diretor da Rossi Residencial, Rafael Rossi, quem compra nessas áreas ganha em conforto. “A vantagem é morar em um apartamento maior pelo mesmo preço praticado no mercado.”

Na opinião do superintendente de Incorporação da Even, João Azevedo, a valorização já apareceu e interfere na negociação dos terrenos. “Como o mercado está aquecido, existe uma concorência grande que faz com que o preço aumente.” A Even adquiriu áreas na Vila Leopoldina. Em uma delas, levantou o edifício Orizons, que já foi entregue. Em outro terreno de 17 mil metros quadrados, lançou um condomínio em parceria com a Quality Buildings.

Os investimentos também vão na direção do Ipiranga, onde a chegada do Metrô impulsiona o mercado além da saída de fábricas. Na Rua Tabor, a empresa arrematou uma área de 26 mil metros quadrados. A empresa ainda estuda a aquisição de outros quatro terrenos nas zonas sul e oeste.

Aprovação

O diretor do Grupo Schahin, Newman Brito, ressalta que há um cuidado a ser tomado na aquisição dessas áreas. “Fora os documentos habituais, é necessário analisar o solo e verificar se não há contaminação e aprovar na Prefeitura.” Mas em sua opinião isso não inviabiliza o negócio. A empresa lançou no lugar de uma metalúrgica um edifício na Mooca, em parceria com a Agra e a Lote. Em 60 dias, todas as unidades foram vendidas.

 

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