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Nos Jardins, um mutirão chique

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Inspirados nos movimentos de mutirão das periferias e no trabalho de ONGs que lutam pela revitalização do centro, os moradores dos Jardins, na zona sul, estão se articulando para trabalhar com as administrações municipal e estadual para evitar a degradação do bairro. Reunidos no Movimento Ame Jardins, eles já se comprometeram com a Prefeitura a pagar o recapeamento de 72 ruas do bairro, ao custo de R$ 4 milhões, que vai ser dividido entre cerca de mil pessoas.

“Na periferia, pedreiros, eletricistas e pintores se juntam para construir casas em mutirões. Aqui no bairro, vive uma multidão de talentos, com diferentes especialidades, que estamos reunindo para encontrar soluções para os problemas da área”, diz o coordenador-geral do Ame Jardins, Fabio Saboya.

Algumas ruas do quadrilátero limitado pelas Avenidas Rebouças, Faria Lima, 9 de Julho, Brigadeiro Luís Antônio e Rua Estados Unidos não eram asfaltadas havia 40 anos. Além de estragar os carros, os moradores achavam que os buracos davam ao bairro um aspecto de abandono que atraía mais ladrões. Para lidar com a situação, combinaram com a Prefeitura uma parceria para recapear a região. O Município se encarrega das maiores avenidas. Os moradores financiam o asfalto de 220 mil m2 de ruas internas.

Caso consigam adesão de mil pessoas, cada uma pagará R$ 4 mil (em parcelas de R$ 120,00). “Apresentamos o problema e ajudamos com a solução”, diz Saboya. A Prefeitura deve concluir sua parte em julho.

Para quem vive em São Paulo, os Jardins parecem um reduto de tranqüilidade, com ruas arborizadas e com pouco movimento e bons restaurantes. Mas seus moradores garantem que essa imagem corre o risco de virar passado. A maior preocupação é com a segurança. Além do recapeamento, estão sendo discutidos e atacados problemas como excesso de ambulantes, trânsito, impermeabilização do solo, falta de vagas para estacionamento, rebaixamento de guias, entre outros.

A idéia é mobilizar os moradores para que denunciem as irregularidades. “Se não nos mexermos, o destino é o caos. O celular é uma boa ferramenta. Queremos que todos os que moram aqui fotografem os problemas do bairro e encaminhem para o movimento, para tomarmos as providências,” diz.

E não faltam ouvidos para as reivindicações. Na terça-feira à noite, o secretário da Coordenadoria das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, cujos pais moram no bairro, se reuniu com as lideranças do movimento para ouvir as demandas. O subprefeito de Pinheiros, Nilton Elias Nachlê, há um mês no cargo, já os recebeu duas vezes. “Recebemos todos os que nos procuram. São mais de 20 associações. Mas são raros os casos em que os moradores podem oferecer uma contrapartida para o investimento”, afirma Nachlê.

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