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Aumentos nos preços dos aluguéis são golpes no bolso. Veja como negociar

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O aposentado Océlio Pavão, tenta negociar aumento do aluguel para continuar em imóvel (Foto: Marcelo Theobald)

O aposentado Océlio Pavão, tenta negociar aumento do aluguel para continuar em imóvel (Foto: Marcelo Theobald)

Conseguir alugar um imóvel no Rio já se tornou sinônimo de peregrinação e alto golpe no orçamento, com a chegada das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e eventos como a Copa de 2014 – que supervalorizaram o mercado imobiliário. Mas a situação piora quando o contrato acaba e o proprietário pede até o dobro para o inquilino continuar na residência. Pagando R$ 1.195 por um apartamento de dois quartos próximo à Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, o aposentado Océlio Pavão, de 66 anos, sofre com o dilema. O dono quer R$ 2.300:

“Se ele pedir mais de R$ 2 mil, não posso ficar.”

Océlio tem um apartamento alugado no mesmo bairro e, pegando carona na onda de aumentos, subiu de R$ 1.504 para R$ 2 mil o aluguel. Como existe um contrato vigente, terá de esperar para pedi-lo, caso a negociação com o proprietário seja malsucedida.

O vice-presidente do Secovi Rio, Manoel Maia, afirma que os preços estão subindo muito, mas os inquilinos devem negociar antes do fim do contrato:

“O locatário deve argumentar que é bom pagador e, conserva o imóvel. Mostrar que o proprietário corre um risco com o novo inquilino.”

O taxista Sérgio Vieira, de 61 anos, é proprietário de um apartamento de dois quartos na Tijuca. Cobra por ele R$ 669 de aluguel, tendo aumentado R$ 69 em janeiro. A média na região chega a R$ 1 mil:

“Não adianta crescer o olho. Eles cuidam do meu apartamento. Já fui inquilino e sei como é duro pagar aluguel.”

Acordo antes do fim de contrato –  Dois meses antes do término do contrato de locação do apartamento onde mora na Tijuca, o designer Marcelo Orue, de 25 anos, começou a fazer pesquisas e cálculos para estudar qual seria o aumento justo para o imóvel de três quartos. O proprietário queria elevar o preço do aluguel de R$ 850 para R$ 1400. Entretanto, mesmo sabendo que a Tijuca é uma das regiões mais valorizadas — segundo o Secovi Rio, os preços médios para locação na região subiram 69,76%, no último ano —, ele e os amigos não aceitaram o valor e contra-argumentaram:

“Tínhamos consciência de que, para um três quartos na Tijuca, estava barato. Mas o aumento não era coerente com as condições do apartamento. Enviamos um e-mail para o dono com todas as avaliações e o panorama dos imóveis próximos. Ele nem questionou e chegamos a um valor bom para todos”, afirmou o designer, que acredita, ainda, que o cuidado dos jovens com o imóvel contribuiu para que a negociação fosse bem sucedida.

Dicas:
Antecipação – O inquilino deve negociar a renovação antes de o contrato terminar.

Pesquisa – Para evitar aumentos absurdos, deve se informar dos preços na região, comparando com a condição do imóvel e a infraestrutura do prédio.

Argumentos – O inquilino deve mostrar que é bom pagador, não há reclamações contra ele e conserva o imóvel, convencendo o proprietário de que não corre um risco ao mantê-lo no imóvel.

Desocupação – Se nenhum acordo for feito, em caso de contrato com tempo determinado, o proprietário pode entrar com ação de denúncia vazia, pedindo a desocupação em 30 dias. Para contratos de tempo indeterminado, o prazo é de 90 dias, segundo a advogada Tatiana Queiroz.

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