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Faltam imóveis no Bom Retiro

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O Bom Retiro, tradicional bairro comercial do Centro da capital, conhecido por suas antigas lojas e confecções, presentes desde a década de 60, começou a despertar o interesse de construtoras, que viram um novo nicho de mercado na região, habitada, em sua maioria, por judeus e orientais. 

Estas empresas têm planos de investir no segmento residencial do bairro, e parece que a primeira aposta foi certeira. Dos dois novos prédios que foram construídos na área, um já foi totalmente comercializado. Só não há previsão de mais lançamentos porque faltam terrenos livres para novas construções.

A Abuhab Construtora fez sua primeira investida no bairro com o Port Grimaud em março de 2005. O novo prédio, na Rua Antônio Coruja, teve 70% de suas 84 unidades comercializadas no lançamento da obra. Cada apartamento tem 70 metros quadrados, três dormitórios – sendo uma suíte -, duas vagas de garagem e área de lazer. O preço médio de mercado é de R$ 250 mil. “Existe uma grande demanda por imóveis residenciais, porque o estoque disponível foi ocupado por estabelecimentos comerciais e quase nada foi construído nestes últimos anos, daí a grande carência”, disse Henri Abuhab, diretor da construtora. 

O segundo, o Mérito, da Cury Construtora, deverá ser entregue em novembro deste ano. Localizado na Avenida Tiradentes, o empreendimento tem 220 unidades de dois e três dormitórios. “O Bom Retiro é propício para o mercado imobiliário. Geralmente, as pessoas que compram na região residem e trabalham nas proximidades. Também existem os comerciantes que moram em outras localidades e procuram uma boa oportunidade para residir mais perto do trabalho”, afirma Feliciano Giachetta, diretor da FGi Negócios Imobiliários, empresa responsável pela venda das unidades do Port Grimaud. Ele observa que a unidade já valorizou em 50% desde o lançamento. 

Para Celso Kosinas, diretor da Zylber Assessoria Imobiliária, atuante no bairro há 37 anos, a região continua basicamente comercial, mas apresenta demanda por residências porque é bem localizado e mais barato do que em Higienópolis ou Santa Cecília, que são áreas mais nobres. 

“Nas ruas mais conhecidas como José Paulino, Ribeiro Lima e Aymorés existe fila de espera para alugar ou comprar um imóvel comercial. Também falta área disponível para construir novos empreendimentos, além do preço do metro quadrado ser na faixa de R$ 3 mil, o que é salgado para o mercado”, adianta. Ele ainda acrescenta que, em apenas três anos, a valorização do imóvel usado chegou a 100% ou até mais. “Um apartamento de um dormitório está sendo vendido por R$ 80 mil. Há três anos, valia R$ 35 mil”, lembra. 

PROFESSORA VOLTA ÀS RAÍZES – A professora Tânia Treiger, de 51 anos, voltou a residir no Bom Retiro há dois meses, depois de ficar mais de 20 anos na Parada Inglesa, na Zona Norte. “Nasci e me criei no bairro. Quando me casei, fui para outra região, mas continuei trabalhando no bairro. Como residia em uma ampla casa e ficou muito grande, optei por vendê-la e voltar para as minhas raízes”, relembra Tânia. 

Do seu local de trabalho, a professora viu o prédio Port Grimaud ser construído e resolveu comprar um apartamento para voltar a morar na região. Está adorando o regresso, ainda mais agora, com a companhia da filha Katya. “Faço todas as minhas atividades sem carro, caminhando sem problema de segurança”, conta. 

Para o bairro ficar completo, segundo Tânia, falta apenas um bom supermercado e mais limpeza nas ruas. “Nesses dois quesitos, o bairro deixa a desejar”.

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