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Mansões históricas: como os imóveis antigos de Porto Alegre são percebidos pelo mercado

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Quando se pensa em contar a história de uma cidade, certamente deve-se levar em consideração suas construções. A arquitetura das casas de Porto Alegre retomam diferentes épocas e estilos. E comercialmente, como as mansões históricas são percebidas?  


Felipe Ramalho / HaluzAzulejos pintados a mão e a fonte, hoje desativada, da casa do casal Baron, no bairro Independência

Vinícius Della Giustina, gerente da Passow Imóveis, imobiliária especializada nos bairros da Zona Sul, explica que as casas antigas não têm maior valor no mercado pela importância histórica. Como normalmente ocupam grandes terrenos, são requisitadas por construtoras que almejam erguer novos empreendimentos ou estabelecimentos comerciais, como clínicas médicas e casas de festas.

Já Luis Carlos Nunes Gonçalves, corretor e avaliador de imóveis da Luagge, identifica um novo nicho de mercado – que, apesar de perceber ser restrito, é promissor: são os jovens empresários e novos executivos, que buscam os imóveis antigos como forma de resgatar uma história e valores. “São casais que têm intenção de gerar uma família e que desejam proporcionar a seus filhos uma infância como as de antigamente, com um grande pátio, a possibilidade de criar animais e de garantir contato com a natureza”, explica Gonçalves.

A decisão de vender
Mas quem vive e cria seus filhos numa casa com imenso espaço e diversas dependências conseguiria se adaptar ao cotidiano de morar em um apartamento? Por que, então, decide-se vender uma casa que guarda tanta história?

Felipe Ramalho / HaluzHall da casa de Luciano e Sheila Baron, onde também funciona o atelier do casal

O casal Luciano e Sheila Baron, proprietários de um amplo imóvel construído em 1946, demonstram ser muito apegados à história da casa que habitam. A mansão fica na Avenida Independência, escolhida a dedo numa época em que Porto Alegre era uma cidade repleta de glamour.

Quando se mudaram para Porto Alegre, na década de 70, o casal alugou o imóvel de três andares para que servisse de local para a linha de produção das roupas de alta costura concebidas pelo estilista e de residência para eles e os dois filhos. O atelier chegou a ter mais de 30 profissionais envolvidos na fabricação de roupas exclusivas.

Ainda que relembrem com uma certa saudade os tempos passados, eles sentem a necessidade de se mudar para um local menor. Sheila refere principalmente a falta de mão-de-obra para ajudar na conservação e manutenção da casa. Ainda assim, os Baron demonstram a intenção de preservar sua cultura: pretendem alugar ou vender a residência para uma empresa que se preocupe em conservá-la, por todo o seu significado – tanto histórico, quanto pessoal.

Boas iniciativas
Uma forma de conservar a história da cidade é não só manter a arquitetura dos imóveis antigos, mas também permitir que os porto-alegrenses a conheçam. Um ótimo exemplo é a Casa Boni, no bairro Moinhos de Vento, hoje transformada no Instituto NT de Cinema e Cultura.

Felipe Ramalho / HaluzO Instituto NT funciona na Casa Boni, construção histórica de Porto Alegre, e tem a proposta de oferecer atividades relacionadas ao cinema, à cultura, à educação, à promoção de ações sociais e ao entretenimento

O imóvel já pertencia à família Turquenitch antes do tombamento pelo Patrimônio Histórico da Prefeitura e, a partir dele, surgiu a proposta de abri-lo à comunidade. “Após o tombamento, ela teve uma impressionante valorização de ‘alma’, tornou-se um lugar ainda mais especial para a família e para todos os que, após a abertura do Instituto NT, têm agora a chance de visitá-la e conhecê-la melhor”, explana Beto Turquenitch, diretor do Instituto NT.
 
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