Os riscos de ser fiador
No dicionário, a palavra fiador significa “aquele que abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de obrigações do abonado”. Ou seja, no momento em que se aceita a proposta, é preciso ter noção de que se está assumindo, realmente, uma dívida.
— É preciso ter consciência de que está se tornando o devedor principal daquela locação — alertou o vice-presidente do Secovi Rio, Manoel Maia.
Mas nem sempre é assim. Muita gente concorda em ser fiador por amizade ou generosidade e acaba colocando em risco os próprios bens. Segundo dados do Secovi Rio, em cerca de 2% dos quase um milhão de contratos de aluguel ativos no Rio, o fiador assume a dívida do locatário. Em 1% dos casos, os bens do fiador vão a leilão.
A aposentada Alba Vilar Pinto, de 86 anos, quase teve o apartamento leiloado. Ela foi fiadora para um sobrinho, que teve o aluguel do imóvel majorado de forma que não conseguiu mais pagar. O proprietário entrou na Justiça e ela foi salva por uma liminar da 3ª Câmara Cível.
— O desembargador tomou como base o estatuto do idoso e suspendeu o leilão — disse o advogado da aposentada, José Carlos Tajra.
Pesquisa
A primeira providência que o futuro fiador deve tomar é investigar se o afiançado (pessoa que está pedindo para tê-lo como fiador) tem reais condições de pagar o valor que está sendo cobrado de aluguel e condomínio.
Garantia
Outra dica do vice-presidente do Secovi Rio, Manoel Maia, é propor ao afiançado o pagamento de uma contra-garantia que pode ser, por exemplo, um cheque caução. Isso dá ao fiador mais tranqüilidade e faz com que o locatário se esforce o máximo para honrar o aluguel.
Avaliação
O fiador deve ter condições financeiras reais de assumir uma dívida, caso ela venha a ocorrer futuramente. “Quem aceitar fiar um imóvel tem que ter essa consciência e recursos para isso. É o que diz o ditado: é melhor amarelar uma vez do que ficar a vida toda no vermelho”, disse Maia.
Alternativa
O seguro-fiança tem sido a alternativa do mercado para evitar esse tipo de problema. Uma seguradora garante a fiança e, em troca, cobra uma taxa igual a um ou dois meses de aluguel por ano.