Zona sul de Porto Alegre atrai pela qualidade de vida
Os porto-alegrenses parecem descobrir as vantagens de viver nos bairros da Zona sul de Porto Alegre, região da cidade ligada à qualidade de vida. O ar é diferente pertinho do Guaíba: o clima parece mais tranquilo, as construções mais horizontais e, recentemente, os bairros tornaram-se quase independentes do Centro, com opções de lazer, comércio e serviços.
Os dados do Sindicato Intermunicipal das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomí¬nios Residenciais e Comerciais (Secovi-RS) comprovam valorização dos usados na região. Em abril de 2013, a média de um apartamento com três dormitórios no bairro Tristeza ficava em R$ 370,5 mil. Em julho de 2014, o mesmo tipo de imóvel girava em torno de R$ 442,4 mil. Na Vila Assunção, uma casa de três dormitórios, em 2013, poderia seria adquirida, em média, por R$ 700 mil. No levantamento mais recente, os valores ficam em torno de R$ 890 mil.
Os dados da Dimóvel, imobiliária tradicional da região, mostram-se ainda mais positivos: a valorização dos usados nos bairros chegou a 95% nos últimos cinco anos e a perspectiva é de que a região mantenha o ritmo positivo. A avaliação é do diretor da empresa, Rodrigo Albuquerque. A variação ficou acima da média de mercado. Segundo pesquisa do sindicato, a alta dos preços dos imóveis usados em Porto Alegre no período foi de 50%.
A Zona Sul sempre teve uma imagem positiva de qualidade de vida por estar mais próxima do Guaíba, contar com bairros residenciais arborizados, ter clima de maior proximidade com a natureza. Hoje, a região mantém essas características com o diferencial de oferecer muito mais opções de lazer, gastronomia, comércio e serviços, destaca Albuquerque.
Em 2009, uma casa de três dormitórios vendida pela Dimóvel custava R$ 300 mil. Hoje, vale R$ 585 mil. Um apartamento com o mesmo número de quartos passou de R$ 280 mil para R$ 540 mil. Segundo o diretor da imobiliária, a demanda provocou valorização também nos aluguéis. Em cinco anos, a alta chegou a 60%.
Para Paulo Roberto Maffioletti, gerente da Canadense Corretores Associados, a tendência é a cidade deslocar-se para a Zona Sul, uma vez que ainda há espaço para construções. A valorização se dá conforme a procura. Ainda é possível encontrar casas de qualidade que, em outros lugares, dobrariam de valor, analisa. Jovens casais, que começam a constituir família e já pensam em qualidade de vida, caracterizam o público que busca usados na região, segundo o gerente. Imóveis com três dormitórios e duas vagas de garagem são os mais atrativos a esse público.
Para Elsi Peiter, da Peiter Assessoria Imobiliária, a Zona Sul chama a atenção pelas áreas verdes preservadas, pela proximidade do rio e, ainda, pelos preços acessíveis em relação às outras regiões nobres da cidade. A região tem se tornado cada vez mais independente do Centro. Investimentos de construtoras e incorporadoras trazem mais gente para a região, desenvolvendo serviços, lazer, comércio, comenta. Obras de infraestrutura e acesso à Zona Sul também facilitam o dia a dia. Em tempos modernos, as pessoas querem perder menos tempo se deslocando, pontua o assessor imobiliário.
No entanto, o futuro do mercado ainda cria incertezas. Para Peiter, é possível perceber a valorização, mas a estagnação do mercado pode acarretar em redução de valores, principalmente dos imóveis usados, comenta.