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Agra, Abyara e Klabin Segall unem operações

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(Foto: Divulgação)

Nova companhia nasce como uma das quatro maiores do setor (Foto: Divulgação)

As incorporadoras Agra, Abyara e Klabin Segall anunciaram a fusão de suas operações, com a criação da Amazon Group Real Estate (Agre). A nova companhia nasce como uma das quatro maiores do setor imobiliário no Brasil. Juntas, elas detêm um patrimônio líquido de R$ 1,5 bilhão (com base em 30 de junho), volume médio diário negociado na Bovespa de R$ 38,6 milhões, capitalização de R$ 2,3 bilhões e estoque de terrenos que chega a R$ 19 bilhões.

Com a fusão, a Veremonte, fundo de participações do polêmico empresário espanhol Enrique Bañuelos (ver ao lado), passa a ser o maior acionista da nova empresa, com 24% do capital. A Agra fica com 11% da nova companhia, enquanto a Cyrela terá outros 11%. O restante das ações ficará pulverizado no mercado.

A Veremonte e a Agra já tinham assumido, em conjunto, o controle da Abyara, em fevereiro, e da Klabin Segall, em abril. No final do ano passado, a empresa de Bañuelos havia adquirido também uma participação minoritária, de cerca de 7%, na própria Agra. Ontem, foi anunciado ainda que a Veremonte arrematou a participação que a Agra detinha indiretamente na Abyara e na Klabin Segall, por R$ 189 milhões. O fundo de participações de Bañuelos passou a deter 51% do capital social da Abyara e 43,8% da Klabin Segall.

Luiz Roberto Horst Silveira Pinto, fundador da Agra, ficará no comando da nova empresa. A ideia de usar a palavra Amazon no nome, segundo ele, tem a ver com os planos da Veremonte de “atrair investimentos internacionais” para o Brasil. Apesar da pista sobre futuras aquisições, Horst diz que a companhia pretende se focar nos lançamentos imobiliários, e não tem planos de comprar concorrentes.

Horst afirma que é natural a concentração no mercado da construção civil – setor que passou por um grande susto depois que a crise eclodiu. Mas, segundo ele, “não sei se há empresas com essa cabeça. A cultura é diferente da nossa”.

Ainda não se sabe se as marcas Agra, Abyara e Klabin Segall serão mantidas ou se prevalecerá o nome Agre. A marca Klabin Segall não poderá mais ser usada pelo novo controlador a partir de maio, segundo acordo entre os controladores. Outra bandeira que vai desaparecer é a Olá, da própria Klabin, voltada aos imóveis para a baixa renda.

BAIXA RENDA – Segundo Horst, o mais certo é que a marca Asa, voltada à baixa renda e parte do guarda-chuva da Agra, seja mantida após o fim do processo de sinergia entre as companhias. O grupo deve contratar uma empresa especializada em avaliação de marca para saber qual delas tem um valor de mercado maior e, a partir daí, tomar uma decisão.

Sobre os imóveis para a baixa renda, o presidente da Agre afirma ter uma certa reserva quanto ao futuro do segmento. “Não vai ser fácil produzir. A vantagem de uma empresa como a nossa será justamente a diversificação”, avalia.

Para Horst, o programa do governo Minha Casa, Minha Vida, que prevê a construção de 1 milhão de habitações populares e tem animado muitas empresas a se dedicar a esse público, pode esbarrar na insuficiência de pessoal capacitado na Caixa Econômica Federal.

Apesar de a fusão dos negócios acabar de ter sido anunciada, já são esperados os costumeiros cortes de despesas para se tirar vantagem nas sinergias entre os negócios. Em média, de acordo com Horst, a economia com sinergia costuma ser de 20% a 25%. A Agra, por exemplo, já vem de um processo de enxugamento desde setembro do ano passado. Saiu de 450 para 56 funcionários.

Ainda não há uma data para que as ações da Abyara, Agra e Klabin Segall deixem de ser negociadas e sejam substituídas pelas da Agre no Novo Mercado da BM&FBovespa. Mas as assembleias com os acionistas das três empresas não podem levar mais do que 45 dias.

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