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Aumentam as ações de despejo

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(Foto: Verônica Lima)

Ações de despejos cresceram 10,5% (Foto: Verônica Lima)

As ações de despejo por falta de pagamento na capital paulista registraram um crescimento de 10,5% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Passaram de 9.440 para 10.435, de acordo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) e a administradora Hubert. A comarca central foi o local onde concentrou o maior volume de processos ajuizados (2.713).

O aperto entre a oferta e a procura no mercado de locação de imóveis foi determinante para aumentar o número de inquilinos inadimplentes neste ano. Segundo o presidente do conselho, José Augusto Viana Neto, o crescimento de inadimplentes é resultado dos contratos renovados neste período, que tiveram um acréscimo no valor após o vencimento.

“Com a escassez de imóveis, os proprietários estão com a faca e queijo na mão. Por isso alguns estão pedindo 1% do valor do imóvel para renovar o contrato de aluguel e não mais 0,5%. Os inquilinos estão com dificuldade de arcar com estes custos adicionais”, explica Viana.

Hubert Gebara, diretor do Grupo Hubert, ainda aponta o impacto da crise financeira mundial sobre o emprego como responsável pelo crescimento de processos ajuizados contra inquilinos por falta de pagamento. “Houve um significativo aumento de desempregados, principalmente na indústria”, analisa.

INFLAÇÃO – A expansão no preço do aluguel também pode ter influenciado no volume de ações de despejo apurado nos seis primeiros meses deste ano. Segundo pesquisa do Sindicato da Habitação (Secovi), o aluguel registrou alta de 11,3% nos últimos 12 meses encerrados em junho. No primeiro semestre de 2009, o aumento foi de 3,75%, acima da inflação oficial, já que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula no primeiro semestre alta de 2,57%.

O prazo médio decorrido entre a entrada do pedido de retomada do imóvel na Justiça e a saída do inquilino é de seis meses.

Os trabalhadores assalariados não são os únicos que correm o risco de despejo. Quem tem renda variável está mais sujeito às instabilidades do mercado. João, nome fictício do produtor musical, de 45 anos, que não quis se identificar, não chegou a ser despejado, mas teve que negociar com a administradora de imóveis depois de atrasar por dois meses neste ano o aluguel do apartamento onde mora, na região da Pompeia, zona oeste.

“Fiquei inadimplente porque estava trabalhando no Maranhão e não recebi o dinheiro pelo serviço na data acordada. Quando voltei para São Paulo, em junho, tentei parcelar a dívida junto com administradora, mas só consegui regularizar minha situação quando paguei de uma vez os dois meses atrasados, além da multa de R$ 200 para cada mês”, conta o produto musical.

FIQUE ATENTO – Não gaste mais de 30% da renda familiar com o aluguel;
Para não ficar inadimplente, priorize o pagamento do aluguel;
Faça um orçamento doméstico e corte despesas desnecessária;
Em caso de desemprego ou dificuldade financeira, negocie com a administradora;
Quem tiver condições, deve fazer uma poupança para os períodos de emergência.

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